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São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003

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Tombamento de parte do bairro chama a atenção para seu conjunto arquitetônico e espaços públicos

Bela Vista escondida

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Casarão construído em 1918, na rua dos Ingleses, que abriga hoje o Museu dos Óculos Gioconda Giannini, espaço que conta com um acervo de cerca de 700 peças


DA REDAÇÃO

Patrimônio afetivo e cultural do paulistano por seus teatros, cantinas e festas, a Bela Vista também merece o qualificativo quando o tema é arquitetura. Após um processo que durou mais de uma década, mais de 900 imóveis do bairro foram tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio em dezembro último.
Ainda que nem tudo esteja em bom estado de conservação, o conjunto de edifícios e endereços desse pedaço da cidade pode revelar surpresas e guardar histórias interessantes.
Um deles é a praça Dom Orione, onde ocorre uma feira de antiguidades aos domingos, das 10h às 18h. Expositores comercializam suas mercadorias, enquanto bares do entorno têm música ao vivo.
Ao lado da praça, na rua Treze de Maio, uma escadaria une a parte baixa do bairro à alta, na rua dos Ingleses. Nela, há dois museus: o Memória do Bixiga (reaberto no dia 1º/2, tel. 3285-5009), que possui objetos que recontam a história dos imigrantes italianos na região, e o Museu dos Óculos Gioconda Giannini, num casarão de 1918, que narra a história dos óculos com acervo de 700 peças -o horário de visitação é das 9h às 18h, de segunda à sexta, e das 9h às 13h, aos sábados.
Outro marco interessante é o conjunto conhecido como Vila Itororó, construído no início da década de 20. Hoje com seu estado de conservação degradado, foi a primeira residência em SP a ter uma piscina. Parte do material utilizado em sua construção foi retirada do antigo teatro São José e de prédios demolidos à época.
Também dentro da área tombada, há a igreja de Nossa Senhora Achiropita, um dos pontos mais característicos do bairro da Bela Vista, famosa pela tradicional festa que ocorre em agosto.
Na rua Major Diogo, encontra-se uma casa do final do século 19, onde morou Sebastiana de Mello Freire, a dona Yayá. O espaço se tornou um sanatório particular quando foi diagnosticado que Yayá tinha uma deficiência mental (no dia 25/1, haverá visitas monitoradas ao local. Informações, Comissão de Patrimônio Cultural da USP, tel. 3091-3252).
Já a rua Jandaia possui arcos, descobertos em 91, quando a prefeitura demoliu edificações que ali havia. Supõe-se que tenham sido construídos no século 19 para proteção contra enchentes.



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