São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Crítica/cinema

Filme teen marca um rito de passagem

Dirigido pelo criador de "Os Anjinhos", "Ponte para Terabítia" usa fantasia para abordar mudanças da infância para a adolescência

Divulgação
Os personagens Jess e Leslie, em cena do longa baseado na obra da americana Katherine Paterson


GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL

No filme "Ponte para Terabítia", o elo entre o mundo real e o universo da fantasia requer mais do que uma passagem secreta ou um caminho escondido dentro de um armário. É o exercício da imaginação a conexão entre terras tão (ou nada?) distantes para as crianças.
Dirigido pelo húngaro Gabor Csupo, criador da série bem-sucedida "Os Anjinhos", o longa privilegia a narrativa a partir da perspectiva juvenil. Foi assim que Csupo acertou com o desenho dos bebês de fraldas que interagem com o mundo a partir do ângulo deles.
O filme traz a história da amizade sincera entre o caladão Jess Aarons (Josh Hutcherson), que almeja conquistar o respeito da turma nas competições de corrida no recreio, e da novata esquisita Leslie Burke (AnnaSophia Robb), uma corredora imbatível na escola.
A rivalidade entre os dois vai sendo substituída por intensos laços de amizade, marcados pela trilha sonora entoada nas aulas de música da senhorita Edmunds (Zooey Deschanel), paixão platônica do garoto.
Jess, habilidoso em desenhar criaturas fantásticas, encontra a perfeita parceira na garota que sabe traduzir em palavras cenas ambientadas em um mundo onde árvores andam e libélulas viram soldados -os efeitos especiais, no entanto, não substituem a imaginação dos espectadores.
Terabítia, mais do que a terra onde os protagonistas são rei e rainha, é a fuga do "bullying" sofrido na escola, da ausência dos pais escritores de Leslie, da escassez econômica.
A principal passagem na narrativa criada pela americana Katherine Paterson, ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen, não é a do mundo real para o da fantasia, mas sim da infância para a adolescência.
Mas a história de Paterson é comovente justamente por não diluir a realidade com tons fantasiosos -sim, existe dor, perda e frustração no mundo real.

PONTE PARA TERABÍTIA
Direção:
Gabor Csupo
Produção: EUA, 2007
Com: Josh Hutcherson, AnnaSophia Robb e Zooey Deschanel
Quando: em cartaz nos cines Anália Franco e Bristol
Avaliação: Bom


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