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EXPOSIÇÃO
Museu de Arqueologia e Etnologia da USP inaugura hoje na cidade a mostra "A Escrita no Mundo Antigo"
MAE percorre o caminho da escrita
PAULO DANIEL FARAH
da Redação
O Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP inaugura
às 19h a exposição "A Escrita no
Mundo Antigo", no Centro
Universitário Maria Antônia.
A proposta da exposição, que
integra a programação da 2ª Semana de Museus da Universidade (criada para celebrar o dia internacional dos museus, em 18
de maio), é mostrar o longo caminho percorrido entre as primeiras formas de escrita e o alfabeto que usamos atualmente.
É uma boa oportunidade para
conhecer, de graça, objetos raros
do acervo do MAE, acompanhados de quadros explicativos e
mapas. Monitorias serão feitas
por professores e funcionários
do museu (agendamentos podem ser feitos pelo telefone), e
haverá atividades especiais para
a terceira idade.
Os destaques são os tabletes de
argila sumérios, da região onde
fica o Iraque atualmente, que
contêm transações comerciais,
registros de casamento e de contabilidade. Os mais antigos, que
marcam o início da escrita, estão
ligados ao registro de dados de
subsistência e de troca.
Estão expostas, ainda, lápides,
estelas funerárias, moedas gregas e romanas e a tampa de um
sarcófago egípcio de madeira
com inscrições pintadas. Na seção destinada aos escribas, há
instrumentos de escrita como o
cálamo (pedaço de cana ou caniço talhado na ponta).
Maquetes de sítios arqueológicos como Ebla, cujos achados de
tabletes cuneiformes praticamente revolucionaram a história
da escrita cuneiforme e da arqueologia, elucidam para o público locais da Antiguidade onde
se preservaram inscrições importantes. Feitas por alunos da
FAU (Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da USP), retratam
as culturas mesopotâmica, grega
e romana.
De acordo com uma das coordenadoras da exposição, a professora e museóloga Maria Cristina
Bruno, a idéia de trabalhar com
esse tipo de mostra começou muito tempo atrás, com o professor
Mariano Carneiro da Cunha, assiriólogo, morto em 1980.
Instrumento de poder
A escrita nem sempre foi acessível a todo mundo. A princípio
privilégio de reis e sacerdotes,
sempre foi um instrumento de
poder. Na Antiguidade, os escribas eram valorizados ao ponto de
alguns os considerarem deuses.
A importância da escrita para a
humanidade é imensurável. Se
por um lado é nociva para a memória individual, como afirmava
Platão, permite a preservação da
memória coletiva. Denis Diderot,
que iniciou juntamente com D'Alembert a organização da mais famosa das primeiras enciclopédias, já dizia no século 18 que
"sem a escrita, privilégio do homem, cada indivíduo, reduzido à
sua própria experiência, seria forçado a recomeçar a carreira que o
seu antecessor teria percorrido".
Exposição: A Escrita no Mundo Antigo
Quando: de segunda a domingo, das 9h
às 23h; até 23 de agosto
Onde: Centro Universitário Maria Antônia
(r. Maria Antônia, 294, Vila Buarque, São
Paulo, tel. 011/255-5538 ou 255-7182)
Quanto: entrada franca
Palestras: amanhã, às 9h30,
"Complexidade Social, Sistemas
Comunicativos e a Origem da Escrita
Cuneiforme"; 10h30, "Funcionamento da
Imagem na Escrita Hieroglífica Egípcia";
11h30, debate; 14h30, "As Evidências
Proto-Palaciais da Escrita em Mália
(Creta)"; 15h30, "Linear B: Especificidade
de uma Evidência e Sua Contribuição para
os Estudos Micênicos"; 16h30, debate.
Quinta-feira, às 9h30, "A Escrita Alfabética
Grega: uma Invenção da Pólis? A
Contribuição da Arqueologia e da
Antropologia"; 10h30, "Escrita e
Oralidade: Aspectos de uma Teoria da
Linguagem em Platão, Fedro, 274 c - 276
a"; 11h30, debate; 14h30, "Escrita e
Cultura Aristocrática na Etrúria"; 15h30,
"Questões a Respeito da Escrita Cursiva
Romana"; 16h30, debate
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