São Paulo, terça, 19 de maio de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DANÇA
Altynai Asylmuratova e Igor Zelensky se apresentam hoje no Teatro Municipal de SP
Kirov exibe estrelas em "La Bayadère'

ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha

As estrelas de hoje à noite no espetáculo "La Bayadère", que inaugura a temporada do Ballet Kirov em São Paulo, são Altynai Asylmuratova e Igor Zelensky, bailarinos que além de representar uma elite mundial trazem, em seu estilo, a tradição única da escola russa de balé.
Aos 37 anos, Altynai continua a brilhar não só à frente do Kirov, onde ela dança desde 1978, mas como convidada de companhias como o Royal Ballet de Londres e o Balé de Marselha, da França.
Nascida no Cazaquistão, ela conhece em profundidade as nuances de "La Bayadère", balé para o qual foi treinada por uma "expert", a mestra Olga Moisseva, hoje com 70 anos, que na juventude dançou o mesmo papel com Nureyev.
Embora dez anos mais jovem do que Altynai, Zelensky promete ser um par à altura. Atualmente um bailarino free-lancer que dança em companhias de diversas partes do mundo, Zelensky costuma empolgar com sua bravura e precisão técnica típica do Kirov, de cujo elenco não pretende se desligar.
Entre os balés criados por Marius Petipa (1818-1910), o coreógrafo francês que no século passado moldou o repertório do Kirov, "La Bayadère" é uma das duas obras do mesmo autor que mais se preservou ao longo dos tempos (a outra é "Dom Quixote").
Considerando a fidelidade do Kirov com os originais clássicos, pode-se esperar uma representação de "La Bayadère" com um grau de autenticidade raro.
Apresentado pela primeira vez em 4 de fevereiro de 1877, no teatro Mariinsky, sede do Kirov, "La Bayadère" só foi difundido no Ocidente em 1961, durante uma turnê da companhia pela Europa Ocidental.
Foi nessa turnê fatídica que a estrela principal de "La Bayadère", Rudolf Nureyev, pediu asilo no Ocidente, provocando um escândalo internacional ao se desvencilhar do elenco durante o embarque para a Rússia, no aeroporto Le Bourget, de Paris.
Hoje, sem as proibições antes impostas pelo regime comunista, os bailarinos do Kirov circulam pelo mundo como muito mais tranquilidade. No entanto, continuam exibindo o padrão técnico e artístico que se tornou lenda.
Com exceção de sexta-feira, quando apresenta um programa intitulado "Gala", as demais apresentações do Kirov serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, sob regência do maestro russo Boris Gruzin.


Espetáculo: Ballet Kirov Quando: de hoje até sexta, às 20h30; sábado, às 16h e 21h; domingo, às 11h Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça. Ramos de Azevedo, s/nş; tel. 222-8698) Quanto: R$ 55 até R$ 486 (assinatura para três espetáculos). À Venda na Cia. dos Ingressos (tels. 3068-0164 e 853-8499) e Alpha Ingressos (tel. 3361-2688)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.