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SHOW
Banda une 'disco' a ritmos modernos
J. Quest apresenta
"brechó music"
ALEXANDRE LOURES
free-lance para a Folha
"Ir até um sebo, comprar um
disco, viajar na onda, fazer uma
versão e passar um pincel de modernidade por cima de tudo" é a
receita de criatividade do J. Quest,
que se apresenta hoje, no Floresta.
Essa é a primeira vez que os mineiros mostram, em São Paulo, o
show do seu primeiro CD. O disco
leva o nome da banda e foi lançado
pela Sony, por intermédio do selo
Chaos, no início de 96.
"Já tínhamos participado de um
festival e aberto um show para o
Skank, mas o nosso show mesmo é
a primeira vez que vamos fazer para os paulistanos", diz Rogério
Flausino, vocalista do conjunto.
Quem não assistiu a nenhuma
das apresentações anteriores e for,
hoje, ao show do J. Quest, vai pensar que está nos anos 70. É que a
banda faz um som no melhor estilo
"disco", característico da época.
De quebra, ainda, vai ouvir a
participação, em sampler, de Toni
Tornado, na faixa "Enquanto é
Tempo". Aliás, o uso de samplers é
um recurso muito usado pela banda para dar uma sonoridade de
discoteca às suas apresentações.
"Usamos recursos eletrônicos,
mas como pano de fundo. O pulsante do show são os instrumentos
e as melodias" afirma Flausino.
Outra característica marcante do
J. Quest é a preocupação estética.
Tanto é que eles definem o próprio
trabalho como "brechó music",
uma referência ao visual adotado
por eles, que mistura roupa antiga
com acessórios modernos.
"Nos tempos de hoje, em que a
mídia está desenvolvida de inúmeras formas, o público recebe mensagens de diversas maneiras.
Quem não tiver uma ideologia visual está incompleto", diz.
Essa ideologia, a qual se refere
Flausino, é comparada, pelo próprio, com a música que faz. "Temos uma marcante influência da
música negra, mas não deixamos
de juntar novas tendências ao nosso trabalho", comenta.
Entre as influências do conjunto
se destaca a banda britânica Jamiroquai e os brasileiros Tim Maia e
Jorge Ben Jor, além, é claro, de Toni Tornado, um dos precursores
da música negra no Brasil. Tudo
com muito suingue. "Mesmo as
nossas músicas mais lentas são
dançantes", afirma Flausino.
No repertório do show, se sobressai o hit "Dores do Mundo", o
rap "Ônibusfobia" e a romântica
"Eu Vou Praí", além da convidativa "Dance Enquanto É Tempo".
Show: J. Quest
Onde: Floresta (r. Funchal, 500, tel.
820-9235)
Quando: hoje, às 22h30
Quanto: R$ 15
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