São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2008

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Crítica/"Quebrando Regras"

Ator revelado por "Amistad" é "corpo estranho" em drama de ação juvenil

Divulgação
Djimon Hounsou, em cena do longa sobre lutas clandestinas

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Revelado no cinema por "Amistad" (1997), o ex-modelo Djimon Hounsou foi o Juba de "Gladiador" (2000) e recebeu indicações ao Oscar de ator coadjuvante por "Terra dos Sonhos" (2002) e "Diamante de Sangue" (2006). Só o currículo já bastaria para torná-lo um corpo estranho em "Quebrando Regras".
Ele destoa do resto do elenco também porque, além da diferença de talento, ele tem idade para ser pai de quase todos os atores que o rodeiam nesse drama de ação juvenil ambientado no universo de lutas clandestinas na Flórida. Ali, o seu personagem misterioso adquire naturalmente a aura de mestre.
Ele é o veterano professor de artes marciais a quem recorre o protagonista (Sean Faris) quando, recém-chegado ao lugar, é recebido com hostilidade pelo rei do pedaço (Cam Gigandet).
Na velha tradição da vingança na mesma moeda, o herói se prepara com o mestre para a ocasião em que poderá derrotar o indigesto vilão.
Em torno desse argumento característico do faroeste, giram temas paralelos (como a disputa pela loirinha do pedaço, interpretada por Amber Heard) embalados, para fisgar o público jovem, em pacote que inclui muita música pop, montagem acelerada, internet e celulares. Cabe a Hounsou, como seria razoável imaginar, a parte mais "nobre".
Embora procure manter a serenidade e a dedicação às artes marciais com base em filosofia pacifista, o mestre também enfrenta dificuldades para resistir à lógica do bateu-levou. E, com tantos destinos pelo planeta, é no mínimo curioso que o diretor Jeff Wadlow ("Cry Wolf - O Jogo da Mentira") e o roteirista Chris Hauty reservem ao Brasil um papel simbólico na trama.

Avaliação: regular



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