São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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ARTES PLÁSTICAS

"Panoramas SP" e "SP 450 - Entre Lembranças e Utopias" usam imagens e objetos para descrever a cidade

Mostras tentam definir universo paulista

Divulgação
Imagem de Nossa Senhora del Pichu, na mostra "SP 450'


LUCRECIA ZAPPI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não há dicionário que dê conta de São Paulo. Na tentativa de (re)conhecer seus esboços involuntários, vale tudo. Duas exposições abrem suas portas nesta semana e se aproximam da cidade por seus elementos "in memoriam", como os sons da metrópole, imagens e objetos.
Será inaugurada hoje no MIS (Museu da Imagem e do Som) a exposição "Panoramas SP". Através da seleção musical de Carlos Rennó, de textos de Alcântara Machado, entre outros, e diversas fotos, a mostra traça um fio de ligação entre imagens históricas e contemporâneas da cidade. A curadoria é de Miguel Paladino.
O ponto de partida foi o panorama com vista de 360º da cidade, feito pelo fotógrafo Valério Vieira (1862-1941), finalizado em 1922. "É por isso que a exposição se chama "Panoramas SP". Os fotógrafos escolhidos têm obras no acervo do museu ou um olhar voltado para a paisagem urbana", diz Paladino, membro do Conselho da Sociedade de Amigos do Museu da Imagem e do Som.
Na mostra se alternam obras de contemporâneos como Cristiano Mascaro e Cássio Vasconcellos, com as de fotógrafos da "velha guarda", como Militão Augusto de Azevedo (1837-1905).
Também com a intenção de precisar a cultura paulistana, foi inaugurada no último domingo a exposição "SP 450 - Entre Lembranças e Utopias", no Museu de Arte Brasileira da Faap, com objetos, fotografias, vídeos, textos e peças selecionados de acervos e coleções de museus da cidade.
Numa visão esquemática, permeada pelo projeto musical de Livio Tragtenberg, iluminação de Yacov Hillel e cenografia de Rafic Farah, a mostra tenta explicar, didaticamente, como surgiu a sociedade paulistana do século 20, desde a chegada dos portugueses até os efeitos da indústria do café na metrópole.
Um dos destaques na mostra é o universo dos imigrantes na cidade. "A mostra é um retrato do que é São Paulo, um conjunto complexo de culturas", diz Marília de Andrade, coreógrafa, que divide a curadoria com Antônio Augusto Arantes, presidente do Iphan.
Os objetos dos imigrantes que se acumulam sobre as bancadas têm pouco dessa complexidade: não há nenhum contraponto lingüístico ou cultural entre eles. Barbies e Kens vestidos com trajes bolivianos se alternam entre talheres alemães e a imagem de Nossa Senhora del Pichu, padroeira do Paraguai. E dão o tom de "cultura de massa" à exposição.

PANORAMAS SP. Onde: MIS (av. Europa, 158, tel. 3062-9197). Quando: abertura hoje, às 20h; de ter. a sex., das 14h às 22h; sáb. e dom., das 11h às 20h; até 30/5. Quanto: grátis.

SP 450 - ENTRE LEMBRANÇAS E UTOPIAS. Onde: Museu de Arte Brasileira da Faap (r. Alagoas, 903, 3662-7198). Quando: de ter. a sex., das 10h às 21h; sáb. e dom., das 13h às 18h; até 17/6. Quanto: grátis.



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