São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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CCBB-SP recebe mostra de cineastas que fizeram as próprias trilhas sonoras

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Disse o cineasta francês Abel Gance que existem dois tipos de música, "a música dos sons e a música da luz, que nada mais é do que o cinema". Natural, então, que alguns diretores tomem para si a tarefa de compor a trilha de seus filmes, tornando ainda mais pessoal a relação entre imagens e banda sonora.
Apaixonado por trilhas, o crítico Fabio Yamaji assina a curadoria da mostra "Luz, Câmera, Música: Cineastas Compositores", em cartaz a partir de hoje no Centro Cultural Banco do Brasil. "Sou cinéfilo e adoro colecionar trilhas", diz Yamaji.
"Escolhi sete diretores-compositores, todos independentes, cada um de um país", conta.
São eles o espanhol Alejandro Amenábar, o sérvio Emir Kusturica, o americano Hal Hartley, o inglês Mike Figgis, o alemão Tom Tykwer, o argelino Tony Gatlif e o brasileiro Carlos Reichenbach.
Para Reichenbach, que além de cineasta é fotógrafo e compositor, conceber a música foi um movimento natural: "Sempre vi o cinema como uma combinação de outras manifestações, e a trilha já é imaginada na própria escritura do roteiro, nunca como mero fundo".
O cineasta teve uma formação musical clássica traumática. "Tive um professor sádico, que usava a palmatória. Parei com as aulas e me tornei autodidata. Minha relação com a música virou uma coisa instintiva." No período dos anos Collor, "quando o cinema acabou", voltou a estudar música com Wilson Sukorski, que introduziu o uso do computador na composição e nos arranjos.
Fábio Yamaji conta que essa deverá ser a primeira de uma série de mostras e que, nas próximas, deve contemplar a relação entre grandes diretores e compositores, como David Lynch e Angelo Badalamenti e M. Night Shyamalan e James Newton Howard, por exemplo.


LUZ, CÂMERA, MÚSICA: CINEASTAS COMPOSITORES
Quando: de hoje a 31/8
Onde: CCBB-SP (r. Álvares, Penteado, 112, tel. 3113-3651); veja programação completa e classificação indicativa em www.bb.com.br/cultura
Quanto: grátis a R$ 4




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