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MÚSICA
A cantora inglesa, vocalista do grupo, apresenta hoje no Palace músicas da banda, como "Carpet of the Sun"
Annie Haslam relembra o Renaissance
ROGÉRIO SIMÕES
da Reportagem Local
Numa semana em que estarão na
cidade atrações de como Prodigy e
Björk, a passagem por São Paulo
da dona de uma das mais belas vozes do planeta poderá passar despercebida.
A inglesa Annie Haslam, vocalista do Renaissance, com o qual voltou a se reunir para a gravação de
um novo álbum, canta hoje à noite
no Palace, em sua segunda apresentação na cidade.
Na primeira vez que veio ao Brasil, em março de 97, Haslam apresentou-se ao lado de apenas um
músico. Numa noite que foi praticamente uma versão acústica de
várias fases de sua carreira, ela
provou que o tempo não afetou o
potencial de sua voz.
Os shows, em São Paulo e no Rio
de Janeiro, empolgaram tanto a
cantora que ela os transformou
em um disco. "O público cantava
as músicas e eu não
esperava aquilo.
Estou muito contente de ter gravado
os shows", afirmou Annie Haslam, em entrevista
à Folha.
Desta vez, ela ainda não estará com o
Renaissance, mas
contará com a banda que a acompanha durante as turnês. "Agora poderemos tocar "Ashes are Burning'", disse, referindo-se a um dos maiores sucessos
do seu grupo original.
Apesar de nunca ter se tornado
um grande fenômeno de vendas, o
Renaissance, que teve origem no
antigo The Yardbirds, conseguiu
formar na década de 70 uma legião
cativa de admiradores, com seu
rock progressivo, que se inspirava
na música erudita.
Como nos shows de 97, músicas
do Renaissance estarão presentes
na apresentação de hoje. Segundo
a cantora, farão parte do repertório "Carpet of the Sun", "Ocean
Gipsy", "Opening Out", "Mother Russia", "Spare Some Love" e "Ashes are Burning", sem
dúvida, uma admirável seleção.
"Eu adoro essas músicas e me
orgulho muito de tudo o que nós
fizemos", disse Haslam, que está
atualmente concluindo três discos
diferentes.
O primeiro, que ela considera
"prioridade", é um novo trabalho solo, com a mesma banda que
ela traz agora ao Brasil.
O segundo CD é o que mais deverá empolgar os fãs antigos. Depois de mais de uma década separados, Annie Haslam, Michael
Dunford (violão), Terence Sullivan (bateria) e John Tout (teclados) reuniram o Renaissance.
A banda tem trabalhado recentemente na Inglaterra, onde já gravou quase todo o material do novo
disco. O lançamento, previsto para o primeiro semestre do ano que
vem, deverá ser seguido de uma
turnê. John Tout, que tocou em
apenas algumas das faixas, não
participará dos shows.
"Será algo totalmente novo",
afirmou Haslam. "Tentamos fazer um pouco do que fizemos no
disco "Azure D'or' (79). Não funcionou naquela época, mas agora
está funcionando." A própria Annie Haslam compôs com Michael
Dunford todas as faixas.
A grande ausência é o baixista
Jon Camp, que, com seu virtuosismo, era uma das estrelas do Renaissance. "Por razões pessoais,
nós não quisemos trabalhar com
ele", explicou a cantora. Segundo
ela, a volta do grupo deverá incluir
shows no Brasil.
Haslam também está prestes a finalizar um disco com o guitarrista
do Yes, Steve Howe.
Músicos brasileiros também estão na sua mira. Entre eles, ela cita
o mineiro Flávio Venturini.
"Acho que nossas vozes ficariam
bem juntas."
Show: Annie Haslam
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Palace (al. dos Jamaris, 213, Moema,
tel. 531-4900)
Quanto: de R$ 25 a R$ 65
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