São Paulo, quinta, 20 de agosto de 1998

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MÚSICA
A cantora inglesa, vocalista do grupo, apresenta hoje no Palace músicas da banda, como "Carpet of the Sun"
Annie Haslam relembra o Renaissance

ROGÉRIO SIMÕES
da Reportagem Local

Numa semana em que estarão na cidade atrações de como Prodigy e Björk, a passagem por São Paulo da dona de uma das mais belas vozes do planeta poderá passar despercebida.
A inglesa Annie Haslam, vocalista do Renaissance, com o qual voltou a se reunir para a gravação de um novo álbum, canta hoje à noite no Palace, em sua segunda apresentação na cidade.
Na primeira vez que veio ao Brasil, em março de 97, Haslam apresentou-se ao lado de apenas um músico. Numa noite que foi praticamente uma versão acústica de várias fases de sua carreira, ela provou que o tempo não afetou o potencial de sua voz.
Os shows, em São Paulo e no Rio de Janeiro, empolgaram tanto a cantora que ela os transformou em um disco. "O público cantava as músicas e eu não esperava aquilo. Estou muito contente de ter gravado os shows", afirmou Annie Haslam, em entrevista à Folha.
Desta vez, ela ainda não estará com o Renaissance, mas contará com a banda que a acompanha durante as turnês. "Agora poderemos tocar "Ashes are Burning'", disse, referindo-se a um dos maiores sucessos do seu grupo original.
Apesar de nunca ter se tornado um grande fenômeno de vendas, o Renaissance, que teve origem no antigo The Yardbirds, conseguiu formar na década de 70 uma legião cativa de admiradores, com seu rock progressivo, que se inspirava na música erudita.
Como nos shows de 97, músicas do Renaissance estarão presentes na apresentação de hoje. Segundo a cantora, farão parte do repertório "Carpet of the Sun", "Ocean Gipsy", "Opening Out", "Mother Russia", "Spare Some Love" e "Ashes are Burning", sem dúvida, uma admirável seleção.
"Eu adoro essas músicas e me orgulho muito de tudo o que nós fizemos", disse Haslam, que está atualmente concluindo três discos diferentes.
O primeiro, que ela considera "prioridade", é um novo trabalho solo, com a mesma banda que ela traz agora ao Brasil.
O segundo CD é o que mais deverá empolgar os fãs antigos. Depois de mais de uma década separados, Annie Haslam, Michael Dunford (violão), Terence Sullivan (bateria) e John Tout (teclados) reuniram o Renaissance.
A banda tem trabalhado recentemente na Inglaterra, onde já gravou quase todo o material do novo disco. O lançamento, previsto para o primeiro semestre do ano que vem, deverá ser seguido de uma turnê. John Tout, que tocou em apenas algumas das faixas, não participará dos shows.
"Será algo totalmente novo", afirmou Haslam. "Tentamos fazer um pouco do que fizemos no disco "Azure D'or' (79). Não funcionou naquela época, mas agora está funcionando." A própria Annie Haslam compôs com Michael Dunford todas as faixas.
A grande ausência é o baixista Jon Camp, que, com seu virtuosismo, era uma das estrelas do Renaissance. "Por razões pessoais, nós não quisemos trabalhar com ele", explicou a cantora. Segundo ela, a volta do grupo deverá incluir shows no Brasil.
Haslam também está prestes a finalizar um disco com o guitarrista do Yes, Steve Howe.
Músicos brasileiros também estão na sua mira. Entre eles, ela cita o mineiro Flávio Venturini. "Acho que nossas vozes ficariam bem juntas."


Show: Annie Haslam Quando: hoje, às 21h30 Onde: Palace (al. dos Jamaris, 213, Moema, tel. 531-4900)
Quanto: de R$ 25 a R$ 65


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