São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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Ricardo Villalobos mostra caminhos para o minimal

DJ e produtor chileno se apresenta no D-Edge hoje

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Há algum tempo o termo "minimal" marca forte presença em clubes, em revistas e em discussões sobre música eletrônica. Para alguns, o conceito iluminou criativas formas de produção; para outros, essas idéias se tornaram dominantes, opressivas e já desgastadas. A vinda de Ricardo Villalobos a São Paulo é uma boa oportunidade para desvendar para onde caminha o minimalismo dance.
Villalobos, que faz DJ set na madrugada de hoje para amanhã, no D-Edge, na Barra Funda, é um dos principais nomes do tecno minimal. As características básicas: cadência desacelerada, espaço entre as batidas, maximização sonora com uso reduzido de elementos. Nascido no Chile, com três anos o DJ e produtor se mudou para a Alemanha com os pais, para escapar da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Essa herança latina está presente na música de Villalobos, na forma de instrumentos percussivos, até bossa nova, tango e música cubana. Villalobos é dos produtores de eletrônica que apresentam os mais abrangentes recursos. O minimalismo está onipresente em clubes de todo o mundo. O gênero foi tema de recentes reportagens no "Guardian" e no "New York Times", e o cachê dos artistas subiu à lua (o ingresso para assistir a Villalobos em SP bate nos R$ 150...).
No ano passado, ele deu à luz seu projeto mais ambicioso: "Fizheuer Zieheuer", faixa de 37 minutos. O tour de force faz releitura do soul tecno de Detroit, atualiza o tecno alemão e ainda encampa latinidade, música cigana e do Leste Europeu.
Villalobos foi ainda convidado pelo clube Fabric, de Londres, a compilar um CD mix. Mas, em vez de selecionar faixas de outros produtores, fez o disco com 15 músicas suas, entre elas o hino "Primer Encuentro Latino-Americano", baseada numa antiga música de 1974 de Manduka y Los Jaivas. O álbum acaba de sair na Europa.


RICARDO VILLALOBOS
Quando: hoje, a partir da 0h
Onde: D-Edge (al. Olga, 189, Barra Funda; tel. 3666-9022)
Quanto: de R$ 120 a R$ 150



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