UOL


São Paulo, terça-feira, 21 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pinacoteca contempla arte contemporânea

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo sábado, Marcelo Araujo inaugura o programa mais ambicioso de sua gestão à frente da Pinacoteca do Estado, no cargo que assumiu há exatamente um ano.
Araujo irá transformar o octógono da Pinacoteca, a sala mais suntuosa do museu, em espaço permanente para a arte contemporânea. O artista que abre tal programa é o italiano Mario Merz, 78, um dos mais importantes do século 20 por sua representativa obra dentro da arte povera.
O movimento, designação de 1969 feita pelo curador Germano Celant, reúne artistas que trabalham com materiais precários e com fortes vínculos com a arte conceitual. É a primeira vez, segundo Araujo, que o Brasil recebe uma exposição individual de Merz, artista presente em coleções de vários museus do mundo.
"Constatamos que São Paulo possui vários espaços para artistas emergentes, mas poucos locais permanentes para artistas já reconhecidos", diz Araujo. "O octógono, por suas características especiais, revelou-se como um local adequado para a produção contemporânea", afirma o diretor. Além de abrigar obras consagradas, artistas serão convidados a criar obras para o octógono.
A programação de 2003 já está definida: após Merz, é a vez de Hélio Oiticica, e, posteriormente, Leonilson (será remontada sua instalação para a Bienal de 1985), a dupla alemã Horst Hoheisel e Andreas Knitz, e Carlos Fajardo.
"Nossa intenção é concentrar o octógono como espaço de reflexão e por isso o Ivo Mesquita estará atuando como curador desse programa", diz Araujo.
No caso de Merz, debates e mesas-redondas terão como tema os possíveis reflexos da arte povera na produção de artistas brasileiros como José Resende e Iole de Freitas, entre outros.
"A partir de tais debates poderemos delimitar a relação da Pinacoteca com a produção contemporânea", afirma Araujo, já que o acervo do museu possui peças desde o século 19. Por isso mesmo, a instituição não deixará de sediar mostras históricas como "Albert Eckhout volta ao Brasil" (leia texto ao lado). No entanto, a produção contemporânea irá ainda ganhar mostras em outros espaços da Pinacoteca no decorrer do ano, como dos artistas Fábio Miguez e Elida Tessler.
No próximo sábado, nas festividades dos 449 anos da cidade de São Paulo, outras quatro exposições serão abertas no local. Ao contrário de uma exaltação da arte paulistana, a cidade estará presente nas exposições com uma de suas características mais marcantes: a diversidade. Além da mostra do italiano Merz, o espaço recebe ainda pinturas do espanhol José Morea sobre sua estada de três meses na Bahia, e fotografias de Rogério Medeiros, Rafael Costa e Renato de Cara.


OBRAS HISTÓRICAS - Mostra do artista italiano Mario Merz e mais três exposições de fotografia (Rogério Medeiros, Renato de Cara e Rafael Costa) e uma de pintura (Jose Morea). Curadoria: Danilo Eccher (Merz) e Diógenes Moura (fotografia) Onde: Pinacoteca do Estado (pr. da Luz, 2, tel. 0/xx/11/229-9844). Quando: abertura dia 25, às 11h; ter. a dom., das 10h às 18h. Quanto: entrada franca. Patrocínio: Tenaris Cofab


Texto Anterior: Artes plásticas - Exposição: Albert Eckhout representa o puro pop colonial
Próximo Texto: Erudito: Osesp anuncia peças da temporada de 2003
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.