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Pinacoteca contempla arte contemporânea
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
No próximo sábado, Marcelo
Araujo inaugura o programa
mais ambicioso de sua gestão à
frente da Pinacoteca do Estado,
no cargo que assumiu há exatamente um ano.
Araujo irá transformar o octógono da Pinacoteca, a sala mais
suntuosa do museu, em espaço
permanente para a arte contemporânea. O artista que abre tal
programa é o italiano Mario
Merz, 78, um dos mais importantes do século 20 por sua representativa obra dentro da arte povera.
O movimento, designação de
1969 feita pelo curador Germano
Celant, reúne artistas que trabalham com materiais precários e
com fortes vínculos com a arte
conceitual. É a primeira vez, segundo Araujo, que o Brasil recebe
uma exposição individual de
Merz, artista presente em coleções de vários museus do mundo.
"Constatamos que São Paulo
possui vários espaços para artistas
emergentes, mas poucos locais
permanentes para artistas já reconhecidos", diz Araujo. "O octógono, por suas características especiais, revelou-se como um local
adequado para a produção contemporânea", afirma o diretor.
Além de abrigar obras consagradas, artistas serão convidados a
criar obras para o octógono.
A programação de 2003 já está
definida: após Merz, é a vez de
Hélio Oiticica, e, posteriormente,
Leonilson (será remontada sua
instalação para a Bienal de 1985),
a dupla alemã Horst Hoheisel e
Andreas Knitz, e Carlos Fajardo.
"Nossa intenção é concentrar o
octógono como espaço de reflexão e por isso o Ivo Mesquita estará atuando como curador desse
programa", diz Araujo.
No caso de Merz, debates e mesas-redondas terão como tema os
possíveis reflexos da arte povera
na produção de artistas brasileiros como José Resende e Iole de
Freitas, entre outros.
"A partir de tais debates poderemos delimitar a relação da Pinacoteca com a produção contemporânea", afirma Araujo, já que o
acervo do museu possui peças
desde o século 19. Por isso mesmo, a instituição não deixará de
sediar mostras históricas como
"Albert Eckhout volta ao Brasil"
(leia texto ao lado). No entanto, a
produção contemporânea irá ainda ganhar mostras em outros espaços da Pinacoteca no decorrer
do ano, como dos artistas Fábio
Miguez e Elida Tessler.
No próximo sábado, nas festividades dos 449 anos da cidade de
São Paulo, outras quatro exposições serão abertas no local. Ao
contrário de uma exaltação da arte paulistana, a cidade estará presente nas exposições com uma de
suas características mais marcantes: a diversidade. Além da mostra
do italiano Merz, o espaço recebe
ainda pinturas do espanhol José
Morea sobre sua estada de três
meses na Bahia, e fotografias de
Rogério Medeiros, Rafael Costa e
Renato de Cara.
OBRAS HISTÓRICAS - Mostra do artista
italiano Mario Merz e mais três
exposições de fotografia (Rogério
Medeiros, Renato de Cara e Rafael Costa)
e uma de pintura (Jose Morea).
Curadoria: Danilo Eccher (Merz) e
Diógenes Moura (fotografia) Onde:
Pinacoteca do Estado (pr. da Luz, 2, tel.
0/xx/11/229-9844). Quando: abertura
dia 25, às 11h; ter. a dom., das 10h às 18h.
Quanto: entrada franca. Patrocínio:
Tenaris Cofab
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