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DRAMATURGIA
Instituto Cultural Capobianco tem palestras, montagens, projeções e exposição
Mostra percorre a obra de Samuel Beckett
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A comemoração dos cem anos
de Samuel Beckett (1906-1989),
em São Paulo, não vai ficar restrita a uma ou outra estréia com texto do dramaturgo irlandês, criador de uma nova linguagem teatral no século 20. A partir de hoje,
o Instituto Cultural Capobianco
dá largada a uma série de eventos
que percorrem a obra beckettiana.
A programação do "Capobianco Mostra Beckett", com palestras, montagens, projeções e uma
exposição, segue até julho (veja
destaques ao lado).
"Não são apenas exibições de
trabalhos de Beckett. Esse evento
tenta fazer um mergulho na obra
dele, uma análise mais profunda,
que dê o sentido de sua contribuição para o teatro", diz o organizador, o diretor Ulisses Cohn.
Para fermentar esse "mergulho", as projeções em DVD (em
inglês e sem legenda) são todas
comentadas por diretores e pelo
time de palestrantes, entre eles
Célia Berrentini, autora de livros
como "A Linguagem de Beckett"
e "Samuel Beckett Escritor Plura",
Rubens Rusche, que desde 1983
estuda a obra de Beckett, e o professor de teoria literária da USP
Fábio de Souza, autor de "Samuel
Beckett: o Silêncio Possível".
Os filmes do evento fazem parte
do "Beckett on Film" (www.
beckettonfilm.com), projeto para TV produzido por Michael
Colgan, diretor do Gate Theatre
de Dublin, e Alan Maloney, numa
parceria entre a RTÉ, o Channel 4
e a Irish Film Board. Dos 19 trabalhos, serão exibidos dez, entre eles
"Eu Não", de Neil Jordan, com Julianne Moore, "Improviso de
Ohio", de Charles Sturridge, com
Jeremy Irons, e "Esperando Godot", com Barry McGovern e
Johhnyy Murphy. São todos trabalhos muito fiéis às indicações
nos textos do dramaturgo, que
respeitam cada palavra de suas
peças, com no máximo um ou outro discreto movimento de câmera marcando a mão do diretor.
"A Última Gravação de Krapp",
de Francisco Medeiros, com Antônio Petrin, que reestréia na
sexta, e "Esperando Godot", nova
montagem de Marcelo Lazzarato,
que entra em cartaz em junho, são
as duas peças da programação
que podem ser complementadas
por outros espetáculos em cartaz
na cidade, entre eles a leitura de
Gabriel Villela para "Esperando
Godot", no Sesc Belenzinho, e
"Fim de Partida", de René Piazentin, no Sesc Ipiranga.
Ainda no Capobianco, uma exposição reúne fotografias do acervo pessoal do diretor Rubens
Rusche, com retratos de cenas de
montagens francesas e brasileiras.
Entre elas há preciosidades, como
registros de "Esperando Godot"
nas leituras de dois grandes diretores, Joël Jouanneau e Antunes
Filho, e de "Dias Felizes", com a
atriz francesa Madeleine Renaud,
umas das mais conhecidas montagens para esse texto.
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