São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Pullovers lança CD e relembra fase indie rock

JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em 25 de abril de 2002, Luiz Venâncio achou que sua banda de rock tinha chegado ao Olimpo. Tremendo de nervoso, o cantor e guitarrista comandou o Pullovers na abertura do show de Stephen Malkmus, ex-vocalista do Pavement, na choperia do Sesc Pompeia. Pavement era o grupo predileto do líder do Pullovers. Mas, desde então, Venâncio nunca mais pegou um disco dos norte-americanos para escutar. Não, o show não causou nenhum trauma. É que o músico naturalmente passou a se aprofundar em música brasileira, o que fica claro no quarto CD de sua banda, "Tudo que Eu Sempre Sonhei", que tem lançamento hoje, no mesmo palco daquela noite com Malkmus.
O show servirá ainda para celebrar os dez anos da banda paulistana. O Pullovers surgiu em 1999, tocando indie rock em inglês em espaços podres da Vila Madalena, como os extintos Borracharia e Alternative. No novo CD, as 13 composições são em português. E, apesar de não ser um disco de MPB, suas harmonias são nitidamente construídas a partir de ritmos daqui. "A gente vai ficando velho e deixando de se empolgar com o rock", diz Venâncio.
Um dos destaques é a faixa-título. Com letra extensa e confessional, ela é assumidamente inspirada nas composições iconoclastas de Belchior. Outras, como "O Amor Verdadeiro Não Tem Vista para o Mar" e "Lição de Casa", até trazem um gostinho daquele Pullovers de 1999. Mas, analisando os versos com cuidado, não resta dúvida de que o grupo evoluiu.
"Eu miro no Chico Buarque para acertar em algum artista menor", brinca Venâncio. A formação da banda também está bem diferente. Quando começou, era um quarteto e tinha uma garota no baixo e outra na guitarra, ambas fazendo backing vocals. Hoje, é um septeto, sem vocais de apoio femininos, com um violoncelo ocasional e Habacuque Lima, do Ludov, numa das guitarras. Da formação inicial, só Luiz Venâncio está desde o início.
No show, o Pullovers tocará o novo CD na íntegra e relembrará ao menos quatro canções de sua fase "banda indie". Romulo Fróes, Vanessa Krongold (Ludov) e Lulina prometem canjas.


PULLOVERS

Quando: hoje, às 21h
Onde: choperia do Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700)
Quanto: R$ 4 a R$ 16
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 18 anos




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