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Pullovers lança CD e relembra fase indie rock
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em 25 de abril de 2002, Luiz
Venâncio achou que sua banda
de rock tinha chegado ao Olimpo. Tremendo de nervoso, o
cantor e guitarrista comandou
o Pullovers na abertura do
show de Stephen Malkmus, ex-vocalista do Pavement, na choperia do Sesc Pompeia.
Pavement era o grupo predileto do líder do Pullovers. Mas,
desde então, Venâncio nunca
mais pegou um disco dos norte-americanos para escutar.
Não, o show não causou nenhum trauma. É que o músico
naturalmente passou a se aprofundar em música brasileira, o
que fica claro no quarto CD de
sua banda, "Tudo que Eu Sempre Sonhei", que tem lançamento hoje, no mesmo palco
daquela noite com Malkmus.
O show servirá ainda para celebrar os dez anos da banda
paulistana. O Pullovers surgiu
em 1999, tocando indie rock em
inglês em espaços podres da Vila Madalena, como os extintos
Borracharia e Alternative. No
novo CD, as 13 composições são
em português. E, apesar de não
ser um disco de MPB, suas harmonias são nitidamente construídas a partir de ritmos daqui.
"A gente vai ficando velho e deixando de se empolgar com o
rock", diz Venâncio.
Um dos destaques é a faixa-título. Com letra extensa e confessional, ela é assumidamente
inspirada nas composições iconoclastas de Belchior. Outras,
como "O Amor Verdadeiro Não
Tem Vista para o Mar" e "Lição
de Casa", até trazem um gostinho daquele Pullovers de 1999.
Mas, analisando os versos com
cuidado, não resta dúvida de
que o grupo evoluiu.
"Eu miro no Chico Buarque
para acertar em algum artista
menor", brinca Venâncio.
A formação da banda também está bem diferente. Quando começou, era um quarteto e
tinha uma garota no baixo e outra na guitarra, ambas fazendo
backing vocals. Hoje, é um septeto, sem vocais de apoio femininos, com um violoncelo ocasional e Habacuque Lima, do
Ludov, numa das guitarras. Da
formação inicial, só Luiz Venâncio está desde o início.
No show, o Pullovers tocará o
novo CD na íntegra e relembrará ao menos quatro canções de
sua fase "banda indie". Romulo
Fróes, Vanessa Krongold (Ludov) e Lulina prometem canjas.
PULLOVERS
Quando: hoje, às 21h
Onde: choperia do Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700)
Quanto: R$ 4 a R$ 16
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 18 anos
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