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Zeffirelli dirige Toscanini na
faculdade Ibero-Americana
free-lance para a Folha
Arturo Toscanini regeu. E foi regido. E também por um italiano.
Franco Zeffirelli dirigiu, em 1988,
uma biografia do regente, que será
exibida hoje, às 19h, na faculdade
Ibero-Americana.
"Il Giovane Toscanini", ou "O
Jovem Toscanini", passa pela primeira vez na América Latina. Rodado no Brasil e finalizado na Itália, mostra o período em que o
maestro esteve no Rio de Janeiro,
em 1886.
Nessa época, ele conheceu a soprano Nadina Bulicioff, que mais
tarde se tornou amante de dom
Pedro 2º. Elizabeth Taylor interpreta a cantora.
O inglês C. Thomas Howell faz o
jovem Toscanini. Franco Nero,
Philippe Noiret e Carlo Bergonzi
fazem a "linha de frente" italiana
no elenco.
O forte do filme, contudo, são as
várias músicas, num belíssimo
compêndio puxado pela "Aída",
de Giuseppe Verdi.
Foi com essa composição que
Arturo Toscanini se lançou à consagração. Violoncelista, ele foi a
última saída para a desistência de
um maestro, na apresentação no
Rio de Janeiro que o filme de Zeffirelli retrata.
O produtor do espetáculo implorou que algum músico da orquestra regesse a ópera. Toscanini
foi escolhido por seus colegas e,
sem hesitar, regeu-a de memória.
Voltando à Itália, aprofundou
seus estudos de música e buscou, a
partir de então, um perfeccionismo, um rigor ímpar alcançado por
poucos. Seus trabalhos incluem os
grandes clássicos da música, de
Chopin a Wagner, nas principais
orquestras européias.
Ele tinha como meta seguir à risca a composição dos músicos,
mantendo a fidelidade. Isto exigia
uma regência única, em que o respeito dos músicos para com ele era
fundamental.
Sua autoridade tornou-se sua característica. O público via, nas
apresentações, um maestro que
economizava nos gestos, na regência. Seus braços -melhor, seu
braço- faziam movimentos comedidos, secos, simples, com intuito único de dirigir.
Ele, certa vez, disse que o maestro não podia ser maior que a orquestra. Não seria ele a atração,
mas sim a música.
"Toscanini foi o maior regente
de todos os tempos. Poucos tiveram sua capacidade de ser fiel às
obras dos compositores", diz Raphael Cilento, advogado que, há
50 anos, assiste a óperas e que
trouxe ao Brasil o filme de Franco
Zeffirelli.
O único senão é que o público
terá de assistir ao filme em vídeo,
em versão original sem legendas.
Mas a iniciativa de Cilento dá a
oportunidade de assistir, pela primeira vez, ao filme do diretor italiano, que teve problemas contratuais e decidiu não exibi-lo na
América Latina.
(PSL)
Filme: Il Giovane Toscanini - O Jovem
Toscanini
Direção: Franco Zeffirelli
Quando: hoje, às 19h
Onde: auditório da faculdade
Ibero-Americana de São Paulo (av. Brig.
Luís Antônio, 864, tel. 0800-550511)
Quanto: entrada franca
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