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ARTES CÊNICAS
Grupo Pé de Palavra resgata tradicionais cânticos, como os de escravos, e exemplos do cancioneiro popular
"Sabenças" conta as raízes africanas
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A arte de narrar histórias também diz respeito aos jovens e
adultos, ainda que a resistência
cultural teime em circunscrevê-la
àquelas primeiras infâncias.
Em "Sabenças - Raízes Africanas da Alma Brasileira", que estreou ontem na Oca do Sesc Belenzinho, o grupo Pé de Palavra
apresenta a primeira parte de suas
investigações sobre contos e cantos das tradições na cultura brasileira, inclusive contemporânea.
Depois das africanas, virão as indígenas e as ibéricas.
A dança afro, por meio da bailarina Regina Santos, alinhava as
histórias que evocam o chamado
espírito do povo negro daquele
continente que irradiou para outras partes do planeta: o guerreiro,
o sagrado, a beleza, a luta pela liberdade, a alegria e a figura da
ama-de-leite, esta escrava-chave
na cadeia da transmissão da palavra até os dias que correm.
Contadores e músicos resgatam
cânticos de candomblé, de trabalhos de escravos, cantigas de ninar, hinos de luta e outros exemplos do cancioneiro popular.
"Não é propriamente um espetáculo teatral, com estrutura dramatúrgica, mas uma roda de contos", diz a diretora Regina Machado, 54, que é pesquisadora da arte
narrativa e professora da USP,
onde o Pé de Palavra nasceu em
1998, ligado ao Núcleo de Arte-Educação da Escola de Comunicação e Artes.
SABENÇAS - RAÍZES AFRICANAS DA
ALMA BRASILEIRA. Direção: Regina
Machado. Cenografia e figurinos: Gaya
Lopes. Preparação corporal: Renata
Lima. Com: grupo Pé de Palavra. Onde:
Sesc Belenzinho - Oca (av. Álvaro Ramos,
915, tel. 6602-3700). Quando: sex. a
dom., às 20h; até 29/8. Quanto: entrada
franca (retirar ingressos antes).
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