São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2004

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ARTES CÊNICAS

Grupo Pé de Palavra resgata tradicionais cânticos, como os de escravos, e exemplos do cancioneiro popular

"Sabenças" conta as raízes africanas

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A arte de narrar histórias também diz respeito aos jovens e adultos, ainda que a resistência cultural teime em circunscrevê-la àquelas primeiras infâncias.
Em "Sabenças - Raízes Africanas da Alma Brasileira", que estreou ontem na Oca do Sesc Belenzinho, o grupo Pé de Palavra apresenta a primeira parte de suas investigações sobre contos e cantos das tradições na cultura brasileira, inclusive contemporânea. Depois das africanas, virão as indígenas e as ibéricas.
A dança afro, por meio da bailarina Regina Santos, alinhava as histórias que evocam o chamado espírito do povo negro daquele continente que irradiou para outras partes do planeta: o guerreiro, o sagrado, a beleza, a luta pela liberdade, a alegria e a figura da ama-de-leite, esta escrava-chave na cadeia da transmissão da palavra até os dias que correm.
Contadores e músicos resgatam cânticos de candomblé, de trabalhos de escravos, cantigas de ninar, hinos de luta e outros exemplos do cancioneiro popular.
"Não é propriamente um espetáculo teatral, com estrutura dramatúrgica, mas uma roda de contos", diz a diretora Regina Machado, 54, que é pesquisadora da arte narrativa e professora da USP, onde o Pé de Palavra nasceu em 1998, ligado ao Núcleo de Arte-Educação da Escola de Comunicação e Artes.


SABENÇAS - RAÍZES AFRICANAS DA ALMA BRASILEIRA. Direção: Regina Machado. Cenografia e figurinos: Gaya Lopes. Preparação corporal: Renata Lima. Com: grupo Pé de Palavra. Onde: Sesc Belenzinho - Oca (av. Álvaro Ramos, 915, tel. 6602-3700). Quando: sex. a dom., às 20h; até 29/8. Quanto: entrada franca (retirar ingressos antes).


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