DA REDAÇÃO

"O meu nome é Severino,/ não tenho outro de pia." O retirante de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, explica ao leitor quem ele é, e Silnei Siqueira revela os caminhos deste personagem e dos versos que revelam sua sina em montagens que dirigiu para teatro. A peça do escritor pernambucano é tema de palestra que Siqueira apresenta hoje, às 20h30, no Sesc Pinheiros.
No encontro, além de explicar toda a estrutura da obra, Siqueira, que dirigiu a célebre encenação do auto de Natal nordestino, em 1965, no Tuca, conta como se deu o convite para que Chico Buarque musicasse o poema. "Sentia a secura do texto de João Cabral e imaginei que a música de Chico pudesse dar um empurrão nos versos para a platéia", lembra Siqueira, 70.
Na época, o diretor conversou com Roberto Freire sobre a possibilidade de fazer o convite a Chico, que logo aceitou a empreitada. "Não há dúvida de que as músicas foram decisivas para a popularização da peça", destaca Siqueira.
O diretor apresenta também vídeos de cenas da montagem de 1965, assim como da última encenação de "Morte e Vida...", que dirigiu no teatro da Casa do Artista, em Portugal, no ano passado.
O evento faz parte do projeto "Flerte Literário", que a cada mês aborda manifestações artísticas, que têm em comum a junção de diferentes formas de expressão, como literatura, teatro e música. (LA)