São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011 |
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo. CRÍTICA Mostra politicamente correta do MAM foge de todo tipo de debate e provocação
FABIO CYPRIANO DE SÃO PAULO O MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) vem se especializando em mostras politicamente corretas. Foi assim com "Ecológica", no ano passado, e é assim com "Ordem e Progresso: Vontade Construtiva na Arte Brasileira", agora em cartaz -ambas curadas por Felipe Chaimovich. O programa de boa vontade pode se revelar perigoso, pois, sob o manto da neutralidade, reduziria a complexidade do trabalho artístico. Em "Ordem e Progresso" isso se verifica por uma absoluta sintonia com certa historiografia oficial da arte brasileira que coloca o movimento concreto, ou construtivo, como matriz da produção contemporânea. Tal tese, aliás, foi em parte levantada pelo Panoramas da Arte Brasileira do museu em 2003 e em 2009. A repetição dessa temática no museu começa a ficar redundante. Como pesquisa, portanto, "Ordem e Progresso" pouco agrega à reflexão sobre a produção contemporânea ao fugir de qualquer tipo de debate e provocação. Mas o politicamente correto se expressa ainda como bom-mocismo ao colocar, como objeto central de grande parte das obras mais contemporâneas, tipos populares como catadores de papel e semianalfabetos. Aí, "Ordem e Progresso" manifesta mesmo sua faceta chapa-branca que o própria título indica. Entretanto a mostra revela uma área importante à qual o MAM vem se dedicando: a constituição de seu acervo por aquisições ou empréstimos. É surpreendente constatar como ele vem reunindo obras e artistas icônicos. Já na sala menor do museu, "Judith Lauand: Experiências", com curadoria de Celso Fioravante, apresenta uma excelente pesquisa de uma artista que atravessou de fato o construtivo, mas levou sua obra a trafegar por distintos caminhos vistos na mostra de forma minuciosa. ORDEM E PROGRESSO QUANDO de terça a domingo, das 10h às 18h; até 3/4 ONDE Museu de Arte Moderna de São Paulo (pq. Ibirapuera, portão 3, tel. 5085-1300) QUANTO R$ 5,50 AVALIAÇÃO bom JUDITH LAUAND QUANTO grátis AVALIAÇÃO bom Próximo Texto: Cinema: Folha promove pré-estreia do longa-metragem "Lope" Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |