São Paulo, sábado, 22 de abril de 2006

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ERUDITO

Regida por Luís Gustavo Petri, orquestra faz apresentação gratuita amanhã na parte externa do Auditório Ibirapuera

Osusp toca inteira 1ª sinfonia de Brahms

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desta vez, não vai ter "picadinho musical". Em lugar do tradicional pot-pourri de obras curtas, coloridas e conhecidas que as orquestras costumam programar em apresentações deste gênero, a Orquestra Sinfônica da USP toca, amanhã, na platéia externa do Auditório Ibirapuera, uma grande peça de concerto na íntegra: a "Sinfonia nº 1" do alemão Johannes Brahms (1833-1897).
"Já fiz várias apresentações ao ar livre e tive a sorte de nunca serem coisas popularescas", diz o regente da apresentação, Luís Gustavo Petri. "Sempre que posso, gosto de executar as obras inteiras."
"Em eventos deste tipo, costuma estar presente um público não habituado à música de concerto, mas que acaba se surpreendendo favoravelmente com ela", afirma Luís Gustavo Petri. "No passado, era mais complicado fazer grandes obras, por causa das condições técnicas, mas, de uns sete anos para cá, a situação melhorou bastante, e hoje o som amplificado evoluiu muito."
Para manter o interesse da platéia, Petri tem o hábito de falar sobre a obra nos intervalos entre seus movimentos. "Uma imagem extramusical pode ajudar a aproximar a peça de quem não está habituado a ouvir esse tipo de música", reflete. "De qualquer forma, não tenho medo de fazer Brahms ao ar livre, porque a primeira sinfonia é uma obra forte, que prende a atenção."

Carreira
Um dos principais compositores germânicos do século 19, Brahms escreveu quatro sinfonias -menos da metade do que as nove de Ludwig van Beethoven (1770-1828). O peso do legado sinfônico beethoveniano oprimia, na juventude, o autocrítico Brahms, que só teve coragem de estrear sua primeira sinfonia aos 43 anos de idade, em 1876.
Foi depois do sucesso desta obra -que alguns chamaram de "Décima Sinfonia" de Beethoven, tamanho seu débito para com o mestre de Bonn- que Brahms se sentiu mais confiante para deslanchar sua produção sinfônica posterior.
Regente da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos desde 1995, Petri costuma aparecer com regularidade como convidado à frente de outras formações brasileiras, tendo agendadas aparições no Rio de Janeiro, com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal (em maio) e a OSB (em junho).
No mês que vem, como pianista, ele toca em São Paulo com a Bachiana Chamber Orchestra, de João Carlos Martins.


Brahms no Parque
Com:
Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo
Regência: Luís Gustavo Petri
Quando: amanhã, às 11h
Onde: platéia externa do Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, portão 2, parque Ibirapuera)
Quanto: entrada franca


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