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Ausência do chef ameaçou Bocuse
especial para a Folha
Paul Bocuse, patrão do chef Roger Jaloux, forjou, desde os anos
70, uma imagem de "globe-trotter". Numa semana poderia estar
cozinhando no Texas, na seguinte
lançando produtos com seu nome
em Tóquio e, ao mesmo tempo,
estar na França -ou nas páginas
das revistas francesas, estrelando
comerciais de fogões.
A âncora dessas atividades, e
fonte de seu prestígio, é seu restaurante nas proximidades de
Lyon, tocado por Roger Jaloux e
que passou por certas turbulências, dada a agitada vida do proprietário. Dez anos atrás, inconformado com a ausência do "patron" em todas as suas visitas, o
guia "GaultMillau" derrubou o
restaurante do Olimpo dos mais
estrelados.
Por essa mesma época, emissários do guia "Michelin" fizeram
discretamente saber ao chef que
uma de suas três estrelas (o galardão máximo) estava periclitando.
Ele voltou-se mais para o seu restaurante -no ano seguinte o
"GaultMillau" o reabilitou, e o
"Michelin" até hoje o mantém
entre os 21 três estrelas da França.
Foi porque Bocuse voltou para
casa? Bem, ele continuou pelo
mundo, embora aos 71 anos a idade desestimule tantas andanças.
Mas sem dúvida ele anda mais
atento a seu restaurante.
O que teria sido impossível sem
a presença segura e vigilante de
Roger Jaloux. Que, mais do que
ser segundo chef de Paul Bocuse,
tornou-se o primeiro chef de seu
restaurante.
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