São Paulo, sábado, 22 de agosto de 1998

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Ausência do chef ameaçou Bocuse

especial para a Folha

Paul Bocuse, patrão do chef Roger Jaloux, forjou, desde os anos 70, uma imagem de "globe-trotter". Numa semana poderia estar cozinhando no Texas, na seguinte lançando produtos com seu nome em Tóquio e, ao mesmo tempo, estar na França -ou nas páginas das revistas francesas, estrelando comerciais de fogões.
A âncora dessas atividades, e fonte de seu prestígio, é seu restaurante nas proximidades de Lyon, tocado por Roger Jaloux e que passou por certas turbulências, dada a agitada vida do proprietário. Dez anos atrás, inconformado com a ausência do "patron" em todas as suas visitas, o guia "GaultMillau" derrubou o restaurante do Olimpo dos mais estrelados.
Por essa mesma época, emissários do guia "Michelin" fizeram discretamente saber ao chef que uma de suas três estrelas (o galardão máximo) estava periclitando. Ele voltou-se mais para o seu restaurante -no ano seguinte o "GaultMillau" o reabilitou, e o "Michelin" até hoje o mantém entre os 21 três estrelas da França.
Foi porque Bocuse voltou para casa? Bem, ele continuou pelo mundo, embora aos 71 anos a idade desestimule tantas andanças. Mas sem dúvida ele anda mais atento a seu restaurante.
O que teria sido impossível sem a presença segura e vigilante de Roger Jaloux. Que, mais do que ser segundo chef de Paul Bocuse, tornou-se o primeiro chef de seu restaurante.



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