São Paulo, sábado, 24 de julho de 2004

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ANIMA MUNDI

Boas oficinas e nova disposição das salas do evento não evitam críticas com relação aos assentos de plástico

Público torna-se animador por um dia

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a mudança do festival Anima Mundi para o prédio da Fundação Bienal, no parque Ibirapuera, o paulistano finalmente está podendo ter uma idéia do que os organizadores falam quando se referem à "praça animada", que há muito já vem acontecendo no Rio de Janeiro.
Além das inúmeras mostras de cinema e vídeo que ocorrem diariamente, das 12h às 24h, todos os visitantes do evento (7.000 pessoas nos dois primeiros dias) têm a chance de se aproximar do processo de criação das animações em uma série de "estúdios abertos", que ensinam os primeiros passos nas mais diversas técnicas -massa de modelar, desenho animado, areia e pixilation, nome dado à animação feita com pessoas de carne e osso.
"Eles nem vêem o tempo passar", diz a assistente social Isaura Cordeiro, 38, que na última quinta-feira levou seus dois filhos, Ítalo, 7, e Thuane, 12, ao festival para participar das oficinas gratuitas de massinha e animação de areia.
O estudante Rodolpho Cavalheiro Neto, 19, viajou com um amigo desde Ribeirão Preto e também se encantou com a variedade de oficinas e exposições reunidas no prédio da Bienal.
Um pouco mais familiarizado com animações por computador, Cavalheiro participou das dinâmicas em película e stop-motion (quadro a quadro).
"Por um preço bem acessível, dá para passar o dia inteiro aqui", afirmou ele, que, no entanto, diz ter ficado surpreso com supostas falhas na qualidade dos telões. "Achei que faltava cor."

Maratona
Mas em matéria de "test-drive", ninguém é mais expert que o paulistano Ciro Shia, 19. Aluno da faculdade de letras da USP, Shia iniciou sua maratona pessoal na quarta-feira, dia de abertura do festival, e promete só terminá-la amanhã, depois de assistir a "todas as sessões do Anima Mundi".
"É corrido. Termina uma sessão e já começa outra. Não dá tempo nem de ir ao banheiro", contou o estudante.
No tootal, ele se dispôs a desembolsar R$ 96 para cumprir sua epopéia animada do começo ao fim, tudo à base de um misto-quente de R$ 4 por dia.
"A programação neste ano está ótima", diz Shia. Duro mesmo tem sido sobreviver às cadeiras de plástico instaladas nas três salas de projeção improvisadas. Sessenta horas numa dessas? Haja ânimo.


ANIMA MUNDI 2004. Quando: hoje e amanhã, das 12h às 24h. Onde: Fundação Bienal (pq. Ibirapuera, portão 3, região sul). Quanto: R$ 4 de entrada e de R$ 3 a R$ 5 por sessão (estudante paga meia-entrada). A programação completa está no site oficial: www.animamundi.com.br.


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