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ANIMA MUNDI
Boas oficinas e nova disposição das salas do evento não evitam críticas com relação aos assentos de plástico
Público torna-se animador por um dia
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a mudança do festival Anima Mundi para o prédio da Fundação Bienal, no parque Ibirapuera, o paulistano finalmente está
podendo ter uma idéia do que os
organizadores falam quando se
referem à "praça animada", que
há muito já vem acontecendo no
Rio de Janeiro.
Além das inúmeras mostras de
cinema e vídeo que ocorrem diariamente, das 12h às 24h, todos os
visitantes do evento (7.000 pessoas nos dois primeiros dias) têm
a chance de se aproximar do processo de criação das animações
em uma série de "estúdios abertos", que ensinam os primeiros
passos nas mais diversas técnicas
-massa de modelar, desenho
animado, areia e pixilation, nome
dado à animação feita com pessoas de carne e osso.
"Eles nem vêem o tempo passar", diz a assistente social Isaura
Cordeiro, 38, que na última quinta-feira levou seus dois filhos, Ítalo, 7, e Thuane, 12, ao festival para
participar das oficinas gratuitas
de massinha e animação de areia.
O estudante Rodolpho Cavalheiro Neto, 19, viajou com um
amigo desde Ribeirão Preto e
também se encantou com a variedade de oficinas e exposições reunidas no prédio da Bienal.
Um pouco mais familiarizado
com animações por computador,
Cavalheiro participou das dinâmicas em película e stop-motion
(quadro a quadro).
"Por um preço bem acessível,
dá para passar o dia inteiro aqui",
afirmou ele, que, no entanto, diz
ter ficado surpreso com supostas
falhas na qualidade dos telões.
"Achei que faltava cor."
Maratona
Mas em matéria de "test-drive",
ninguém é mais expert que o paulistano Ciro Shia, 19. Aluno da faculdade de letras da USP, Shia iniciou sua maratona pessoal na
quarta-feira, dia de abertura do
festival, e promete só terminá-la
amanhã, depois de assistir a "todas as sessões do Anima Mundi".
"É corrido. Termina uma sessão
e já começa outra. Não dá tempo
nem de ir ao banheiro", contou o
estudante.
No tootal, ele se dispôs a desembolsar R$ 96 para cumprir sua
epopéia animada do começo ao
fim, tudo à base de um misto-quente de R$ 4 por dia.
"A programação neste ano está
ótima", diz Shia. Duro mesmo
tem sido sobreviver às cadeiras de
plástico instaladas nas três salas
de projeção improvisadas. Sessenta horas numa dessas? Haja
ânimo.
ANIMA MUNDI 2004. Quando: hoje e
amanhã, das 12h às 24h. Onde:
Fundação Bienal (pq. Ibirapuera, portão
3, região sul). Quanto: R$ 4 de entrada e
de R$ 3 a R$ 5 por sessão (estudante
paga meia-entrada). A programação
completa está no site oficial:
www.animamundi.com.br.
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