JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Osusp (Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo) tem hoje um duplo compromisso, às 21h, na Sala São Paulo: faz seu concerto mensal -duas peças de Beethoven e uma André Mehmari- e lança uma associação que deverá apoiá-la em suas finanças e logística cotidiana.
A associação traz o nome do compositor Camargo Guarnieri (1907-1993), que foi também o fundador e primeiro regente da orquestra. Segundo o maestro Carlos Moreno, atual titular, a entidade se propõe a tarefas que vão de contribuições em dinheiro ao trabalho voluntário.
A parcela do orçamento que a associação arrecadará não se destina à remuneração dos músicos, que é atribuição da universidade. O dinheiro servirá sobretudo para a contratação de solistas.
Criada em 1975, a Osusp tornou-se há bem pouco uma revelação de excelência entre os conjuntos eruditos brasileiros. Reúne, ao lado de titulares concursados, 29 jovens bolsistas que integram o Projeto Academia. Tem uma rotina intensa de ensaios e produz música sinfônica de grande precisão e qualidade técnica.
A impressão de que algo musicalmente relevante estava acontecendo com a Osusp foi quantificada neste ano pelas 1.112 assinaturas vendidas para a série Mosaico, iniciada em abril. A série Têmpera, a partir de setembro, terá quatro concertos e suas assinaturas já foram colocadas à venda.
De Beethoven, a Osusp fará o "Concerto para Violino", com o solista o brasileiro Cármelo de los Santos, 27, hoje professor na Universidade do Novo México.
Completam o programa a "Sinfonia Nº 2", também de Beethoven, de quem a orquestra faz neste ano o ciclo sinfônico, e mais "Ommagio a Berio", do jovem compositor brasileiro André Mehmari.
Será também homenageado o violinista Elias Slon, 85, argentino radicado no Brasil e que foi o segundo spalla da Osusp, logo após sua fundação.