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MOSTRA
Resfest traz trabalhos de Michel Gondry, Mike Mills e Chris Cunningham; Beck e New Order têm retrospectiva de videoclipes
Festival investe na vanguarda do audiovisual
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de passar por Nova
York, Chicago e São Francisco, a
edição de 2005 do festival multimídia Resfest chega amanhã a São
Paulo trazendo parte da programação exibida nas cidades norte-americanas, com destaque para
filmes novíssimos como "Infamy", recém-terminado documentário do diretor Doug Pray
sobre grafiteiros dos EUA.
Em seu quarto ano no Brasil
-ele existe há dez no exterior-,
o evento cresce, recebe mais obras
de brasileiros e passa a ocupar
duas salas de cinema. São mais de
200 trabalhos, divididos em mostras de curtas e longas-metragens,
de videoclipes e de design gráfico.
Ainda que não provoque tanto
estardalhaço quanto outras mostras de cinema que ocupam a cidade, o Resfest é um dos festivais
que mais atrai os interessados em
experimentações e cinema de
vanguarda, por conta dos nomes
que encabeçam seu programa.
A maioria deles participa com
videoclipes, formato no qual
acontecem muitas das melhores
experimentações audiovisuais.
Neste ano, um dos principais convidados é Mike Mills, diretor de
clipes do Air e Moby, entre outros, de quem serão exibidos os
curtas-metragens "Not How,
What or Why, But Yes" e "The
Architecture of Reassurance".
Outros dois nomes recorrentes
do Resfest, Michel Gondry e Chris
Cunningham, também integram
a relação de bambas, que traz ainda uma seleção de vídeos do coletivo escandinavo Traktor e duas
retrospectivas pops: do cantor
Beck e do grupo New Order.
"Eles são mestres de uma linguagem superjovem", explica
Carlos Farinha, 35, um dos curadores do Resfest. "São pessoas renomadas dentro de um universo
de diretores que fazem publicidade, videoclipes, animações e documentários autorais", diz.
Farinha faz questão de destacar
que, ainda que os vídeos musicais
ocupem boa parte da programação, o Resfest não é um evento temático. "É um festival de cultura
pop, tem um pouco de tudo", afirma. "O conceito é muito amplo e
inclui cinema digital, videoclipes,
moda, arte, shows..."
A parte musical aliás, como no
ano passado, começa com uma
baixa: o cancelamento do show
do grupo de pós-rock TV On the
Radio, que não virá por conta da
morte do pai de um dos integrantes. Em 2004, a banda Lali Puna
desistiu em cima da hora. Com isso, o único show acontece neste
domingo, quando toca o duo berlinense Tarwater, que faz uma
música com influências de electropop, pós-rock e de bandas como Velvet Underground.
Inovadores
As sessões que reúnem novos
talentos, como a Shorts, de curtas;
Des, de design gráfico; e Triple
Threat, com três jovens diretores,
trazem boas surpresas. Entre elas,
está a designer japonesa Nagi Noda, de quem será mostrado um vídeo em que uma mulher-poodle
dá aulas de ginástica para poodles
com corpo de mulher. Hilário.
Outra revelação é a diretora brasileira Juliana Mundim, autora de
um dos videoclipes que está na
mostra da banda Pato Fu. Mundim tem um estilo delicado, que
mescla animações e vídeo.
Dos longas escolhidos, além do
já citado "Infamy", outro documentário, "Sou Feia Mas Tô na
Moda", da diretora Denise Garcia, deve ser um dos mais concorridos. No filme, Garcia retrata
funkeiras cariocas famosas, como
Tati Quebra-Barraco e Deize Tigrona. Esta antes de estourar graças, principalmente, ao sample da
cantora anglo-cingalesa M.I.A.
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