São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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Mestre da guitarra, Jeff Beck traz rock orquestral a SP

Com carreira marcada pela fusão de gêneros, inglês confirma fama de rebelde em turnê de disco instrumental

Show terá canções do álbum "Emotion & Commotion", que tem participação de músicos clássicos e de Joss Stone

Divulgação
O guitarrista inglês Jeff Beck toca em Nova York, em junho, no Les Paul Tribute Show

CARLOS MESSIAS
DO "AGORA"

Cultuado por leigos e admirado por acadêmicos, o inglês Jeff Beck integra o clã mais nobre de guitarristas do rock. Começou a carreira no início dos anos 60 como músico de estúdio, ao lado de Jimmy Page (futuro Led Zeppelin), que no ano seguinte o indicou para ser seu parceiro e substituir Eric Clapton no Yardbirds.
Em 1967, liderou Rod Stewart e Ronnie Wood (Rolling Stones) no Jeff Beck Group. De lá para cá, as parcerias são incontáveis, mas é ainda mais difícil precisar os estilos musicais pelos quais perambulou: rock psicodélico, hard rock, progressivo, blues, jazz, fusion, funk...
Depois de 12 anos sem se apresentar no Brasil, o músico toca hoje no Rio e amanhã em São Paulo. Os shows fazem parte da turnê mundial do décimo disco de estúdio, "Emotion & Commotion", que foi gravado com uma orquestra de 64 músicos.
"Sempre quis fazer um disco com uma orquestra, algo que tivesse uma sonoridade clássica, mas com uma pegada diferente", expõe Jeff Beck à Folha por e-mail.
O disco é quase uma antítese do vencedor do Grammy "Jeff" (2003), seu trabalho anterior, no qual mergulhou na música eletrônica. Essa inconstância talvez ajude a explicar por que Beck nunca gozou do sucesso comercial de seus contemporâneos.
"Nunca permiti que me dissessem que tipo de música tocar. Sempre gostei de tentar coisas novas e jamais me prendi a um determinado gênero", explica.
Outra característica de sua rebeldia é a completa falta de preocupação com prazos. São frequentes intervalos de quatro, cinco, seis anos em sua discografia. Nos anos 90, Beck foi um músico ausente.
"Tirei uma folga. Não estava sentindo a música dentro de mim e não me enquadrava em nada que estava acontecendo naquela década", explica. "Só gravo quando me sinto capaz de fazer justiça à minha música."
Seu novo disco emplacou em 11ª lugar nas paradas dos EUA, a melhor posição do artista em 45 anos de carreira. O que é surpreendente, tratando-se de música instrumental -ainda que tenha participação de três cantoras, incluindo Joss Stone.
"A música instrumental está sendo percebida de maneira diferente. Há tantas formas de se expressar sem o uso da voz. Você consegue expor a emoção do que toca e a plateia entende."

JEFF BECK
QUANDO amanhã, às 22h
ONDE Via Funchal (r. Funchal, 65, tel. 3846-2300)
QUANTO de R$ 200 a R$ 230
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


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