DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Férias. O que fazer com tanto tempo livre? Já leu e releu aquela velha coleção do Tio Patinhas? Pois saiba que a cidade conta com pelo menos duas grandes gibitecas que poderiam ocupar o paulistano por esta e por muitas outras férias que venham pela frente.
Para aproveitar o tempo ocioso, uma boa opção é mergulhar na Gibiteca Henfil, escondida num cantinho do Centro Cultural São Paulo, que possui nada menos que 100 mil exemplares de gibis dos mais diversos gêneros e períodos.
A começar do Henfil, o irmão do Betinho, um dos principais cartunistas que o país já teve. Famoso por seus quadrinhos militantes da década de 70, como as tirinhas da Graúna e do Fradim, Henfil , além de emprestar o nome à gibiteca, é um dos artistas cujo acervo está mais completo na instituição. Outras coleções bacanas incluem as da revista "Tico-Tico", uma das primeiras publicações especializadas em HQs do país, as do personagem Fantasma e do italiano Tex, cujas aventuras estão guardadas na gibiteca tanto no idioma original quanto em português.
O que diferencia a Gibiteca Henfil das demais, no entanto, é que aquele é o único lugar em que se pode de fato emprestar os quadrinhos. Sustentada por doações, a instituição montou um eficiente esquema de arquivamento em que primeiro os gibis são destinados a um acervo de pesquisa no local, e, se houver exemplares repetidos -e os há-, eles são disponibilizados para empréstimo.
Já quem se liga nas histórias de super-heróis das grandes editoras americanas, Marvel, DC e Image, pode dar uma conferida no recém-adquirido acervo da Gibiteca do Sesi. Organizada pelo especialista Álvaro de Moya, a gibiteca tem ainda, como raridades, grande parte das revistas da Ebal, primeira editora nacional a lançar por aqui personagens como Homem-Aranha e Hulk.
Bastante modernizada e com a proposta de comprar pelo menos 200 novos gibis por mês, a Gibiteca do Sesi (e também a Henfil, que realiza encontros temáticos aos domingos) pretende se colocar como um ponto de encontro e discussão dos aficionados.
Talvez uma das mais bem-sucedidas histórias do quadrinho nacional, a Turma da Mônica ocupa lugar de honra ao lado de outras charges e cartuns originais acondicionados no recém-inaugurado Museu das Artes Gráficas, no prédio do Arquivo do Estado, em Santana. O espaço, que atualmente abriga ainda uma exposição de desenhos de Laerte, passa a partir de hoje a funcionar também aos finais de semana.