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ERUDITO
Violonista é o solista convidado em apresentação de peça recente de Alexandre de Faria, hoje, na Sala São Paulo
Sinfônica da USP toca com Fábio Zanon
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Orquestra Sinfônica da USP
fará hoje na Sala São Paulo seu
terceiro concerto do ano. Regida
por Carlos Moreno, trará a "Sinfonia nš 4", de Ludwig van Beethoven, a "Suíte para Orquestra
de Câmara", de Heitor Villa-Lobos, e uma peça de composição
recente, o "Brasil Concerto nš 2",
de Alexandre de Faria, que trará
ao violão Fábio Zanon.
A orquestra está realizando um
ciclo das sinfonias de Beethoven.
Uma iniciativa corajosa, já que
são peças conhecidas e que permitem comparações com gravações de referência internacional.
Mas ela em verdade não corre riscos. Tem fôlego para a iniciativa.
Suas cordas têm a precisão de
conjunto e um fraseado limpo. Os
sopros, muitíssimo bem ensaiados, mantêm a unidade em andamentos rápidos e afinação expressiva nos andamentos mais lentos.
O segredo da Osusp está na qualidade dos músicos e no cronograma intenso de ensaios. Até há
alguns anos pouco ambiciosa, se
tornou uma maior e mais recente
surpresa no panorama sinfônico.
Tem 38 músicos contratados.
São 30 cordas, sete madeiras ou
metais e uma percussão. A eles se
soma um grupo de 29 jovens selecionados pelo projeto Academia,
que se incorporam aos naipes e
têm para com a programação do
ano uma relação de aprendizado.
Ensaia-se diariamente nas duas
semanas que precedem o concerto mensal, diz Carlos Moreno,
pós-graduado pelo Conservatório
de Zurique e ex-regente do Coral
do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis. Trabalha-se separadamente com os naipes antes
dos ensaios de todo o conjunto.
Essa é a vantagem. A desvantagem está na remuneração relativamente baixa. Um músico recebe R$ 2.300. É no mínimo duas
vezes menos do que é pago pela
Sinfônica do Estado, a Osesp.
Com isso, diz Moreno, não foram preenchidas algumas vagas
(quatro violinos e uma trompa)
após seis audições. Os candidatos
de maior padrão hesitam em concorrer por causa da remuneração.
"Sabemos que nem sempre é fácil obter verbas, mas precisamos
encontrar com o poder público
uma solução para que a orquestra
não se desfaça", diz o maestro.
São questões, no entanto, que
desaparecem no momento dos
concertos. Que continuarão a ser
uma grande opção para os apreciadores da boa música sinfônica.
ORQUESTRA SINFÔNICA DA USP.
Regência: Carlos Moreno. Solista: Fábio
Zanon (violão). Quando: hoje, às 21h.
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes,
s/nš, centro, tel. 3337-5414). Quanto: R$
20 (meia-entrada para estudantes,
funcionários e docentes da USP).
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