São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

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ERUDITO

Violonista é o solista convidado em apresentação de peça recente de Alexandre de Faria, hoje, na Sala São Paulo

Sinfônica da USP toca com Fábio Zanon

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Orquestra Sinfônica da USP fará hoje na Sala São Paulo seu terceiro concerto do ano. Regida por Carlos Moreno, trará a "Sinfonia nš 4", de Ludwig van Beethoven, a "Suíte para Orquestra de Câmara", de Heitor Villa-Lobos, e uma peça de composição recente, o "Brasil Concerto nš 2", de Alexandre de Faria, que trará ao violão Fábio Zanon.
A orquestra está realizando um ciclo das sinfonias de Beethoven. Uma iniciativa corajosa, já que são peças conhecidas e que permitem comparações com gravações de referência internacional. Mas ela em verdade não corre riscos. Tem fôlego para a iniciativa.
Suas cordas têm a precisão de conjunto e um fraseado limpo. Os sopros, muitíssimo bem ensaiados, mantêm a unidade em andamentos rápidos e afinação expressiva nos andamentos mais lentos.
O segredo da Osusp está na qualidade dos músicos e no cronograma intenso de ensaios. Até há alguns anos pouco ambiciosa, se tornou uma maior e mais recente surpresa no panorama sinfônico.
Tem 38 músicos contratados. São 30 cordas, sete madeiras ou metais e uma percussão. A eles se soma um grupo de 29 jovens selecionados pelo projeto Academia, que se incorporam aos naipes e têm para com a programação do ano uma relação de aprendizado.
Ensaia-se diariamente nas duas semanas que precedem o concerto mensal, diz Carlos Moreno, pós-graduado pelo Conservatório de Zurique e ex-regente do Coral do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis. Trabalha-se separadamente com os naipes antes dos ensaios de todo o conjunto.
Essa é a vantagem. A desvantagem está na remuneração relativamente baixa. Um músico recebe R$ 2.300. É no mínimo duas vezes menos do que é pago pela Sinfônica do Estado, a Osesp.
Com isso, diz Moreno, não foram preenchidas algumas vagas (quatro violinos e uma trompa) após seis audições. Os candidatos de maior padrão hesitam em concorrer por causa da remuneração.
"Sabemos que nem sempre é fácil obter verbas, mas precisamos encontrar com o poder público uma solução para que a orquestra não se desfaça", diz o maestro.
São questões, no entanto, que desaparecem no momento dos concertos. Que continuarão a ser uma grande opção para os apreciadores da boa música sinfônica.


ORQUESTRA SINFÔNICA DA USP.
Regência: Carlos Moreno. Solista: Fábio Zanon (violão). Quando: hoje, às 21h. Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nš, centro, tel. 3337-5414). Quanto: R$ 20 (meia-entrada para estudantes, funcionários e docentes da USP).



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