CRISTIAN AVELLO CANCINO
free-lance para a Folha

Com apenas 25 anos, Alain Delon tornava-se mito atuando em uma das obras-primas de Luchino Visconti, "Rocco e Seus Irmãos", atualmente em cartaz no cine Vitrine. De hoje ao dia 5, mais nove filmes protagonizados pelo ator serão exibidos no Espaço Unibanco de Cinema, que inicia a Mostra Alain Delon com "O Samurai", de Jean-Pierre Melville. Todos têm legendas em espanhol.
O rosto do ator, cobiçado por mulheres de todo o planeta, serviu bem à bondade e ao idealismo de Rocco em 1959; contraiu-se de ambição e crueldade com a mesma competência quando encarnou Tom Ripley em "O Sol por Testemunha", também de 59. Delon ainda seria frio e solitário em "O Samurai" (67), violento em "Três Homens para Matar" (80), velho e amargurado em "O Retorno de Casanova" (92), para citar apenas alguns dos títulos que estarão na mostra.
Como se vê, Delon transitava por diferentes papéis com a mesma facilidade com que o assassino de aluguel Jeff Costello, o samurai do título de Melville, se esgueirava pelo metrô de Paris, fugindo da polícia e dos bandidos, submerso em seu vasto universo espiritual.
John Woo disse certa vez que, se fosse levado para uma ilha deserta, carregaria consigo o filme de Melville para se confortar.
"O Sol por Testemunha", de René Clément, com música de Nino Rota, é outro clássico do gênero policial. Anthony Minghella acaba de refilmá-lo.
Além desses títulos, "Gângsteres de Casaca", "A Piscina" e "Cidadão Klein" são obrigatórios para qualquer cinéfilo. Nenhum deles está disponível em vídeo.


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