Fotógrafo paulista abre amanhã individual na galeria Nara Roesler

Mostra apresenta 23 fotos em preto e branco, incluindo obras recentes e antigas, além de três clicadas em Lisboa, Roma e Tóquio

FERNANDA EZABELLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O fotógrafo Cristiano Mascaro tem um caso com a cidade de São Paulo há mais de 30 anos. E, como que distraído com outras paisagens, o paulista de 64 anos andou clicando outras metrópoles, embora sem se esquecer da paixão antiga.
"Não me agrada ser chamado de fotógrafo de São Paulo, como muitos dizem. É que eu vivo em São Paulo [...], a cidade me atrai. Mas qualquer cidade me atrai. É uma forma de, digamos assim, me relacionar com o lugar", diz Mascaro.
As experiências em Tóquio (em 2008), Lisboa (2005) e Roma (1998) estão em três registros da mostra individual que será aberta amanhã na galeria Nara Roesler, com curadoria de Agnaldo Farias. É sua primeira exposição numa galeria, depois de passagens por museus e instituições.
Mas São Paulo continua lá, em metade das 23 fotos inéditas, que incluem registros de Salvador, Maceió, Rio de Janeiro e Camaçari (BA).
Apesar de inéditas, há muitas fotos antigas -como um horizonte do parque Dom Pedro, feito em 1983. "Descobri fotos em que nunca tinha prestado muito atenção [...] Fiz uma revisão de meus trabalhos", diz.
E, por ser um fotógrafo atuante, ele expõe também obras deste ano, feitas para a mostra, cujo título, "Fotografar como Caminhar", explica sua técnica de trabalho.
"Continuo caminhando pela cidade desde a época que eu era garoto, que ia para a escola a pé", diz. "Essa paisagem desordenada e caótica é, para mim, um desafio de, de repente, descobrir algo comovente."
Mascaro conta que gosta de acordar de madrugada e passar o dia fotografando, muitas vezes sem almoçar. "A cidade é um filme do qual você não pode perder uma cena, com medo de depois não entender o enredo."