Haydn e Schubert compõem repertório das apresentações da orquestra, que usa instrumentos "de época"

Rosa Frank /Divulgação

Martin Halselböck, o regente da Wiener Akademie, em concerto

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Sociedade de Cultura Artística fecha sua temporada 2009 com uma homenagem ao bicentenário de falecimento de um dos mestres do classicismo vienense. A Wiener Akademie interpreta hoje e amanhã, na Sala São Paulo, e quinta, no Teatro Municipal de Paulínia, o "Stabat Mater", mais célebre obra sacra do austríaco Joseph Haydn (1732-1809).
Tido como o "pai" de formas como a sinfonia e o quarteto de cordas, Haydn escreveu os cinco coros, sete árias e um dueto que formam "Stabat Mater" em 1767. O texto latino, do século 13, descreve o sofrimento de Maria na crucificação de Cristo.
"Foi a primeira grande obra que compôs para se tornar um autor de renome internacional", diz o organista Martin Haselböck, regente da Wiener Akademie. "Foi uma das primeiras partituras de Haydn a serem impressas, ajudando sua reputação a crescer em centros como Londres e Paris."
Para complementar o programa, os 22 instrumentistas da Wiener Akademie e os cantores do coro Sine Nomine interpretam a "Missa em Sol Menor" de outro autor austríaco: Franz Schubert (1797-1828). Criada por Haselböck em 1985, a Wiener Akademie é uma orquestra de instrumentos "de época", que se apresenta regularmente na principal sala de Viena, o Musikverein, tendo desenvolvido um jeito "vienense" de tocar música antiga.
"O jeito de fazer música é bastante influenciado pela língua", conta Haselböck. "Ao ouvir um conjunto francês você percebe claramente aqueles finais "duros" do idioma deles. No nosso caso, verá que o estilo vienense está vivo e presente." A programação de 2010 da Sociedade de Cultura Artística será anunciada em breve. O violoncelista Yo-Yo Ma, o violinista Vadim Repin e a Filarmônica de Dresden estão confirmados.