São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

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Mostra Sesc de Dança recebe hoje dez espetáculos nas unidades da instituição

Pelos cantos da cidade

Nino Rezende/Divulgação
Os bailarinos Marcos Gallon e Lara Pinheiro em cena do espetáculo "Alice", em cartaz hoje no Sesc Consolação


KATIA CALSAVARA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma (a)mostra de que a dança não é só para a elite. Novos e antigos grupos, divididos em praças e teatros espalhados pela cidade. Hoje, dez companhias de dança contemporânea se reúnem para dar continuidade à 2ª Mostra Internacional Sesc de Dança (veja programação nesta página).
Com estilos diferenciados, o evento trouxe à cidade, ao todo, 38 companhias, nacionais e internacionais, que refletem a produção do cenário da dança contemporânea atual.
Quem abre a programação de hoje, às 11h, no Sesc Belenzinho, é a companhia Linhas Aéreas, com o espetáculo "As Linhas de Lina" -que utiliza técnicas circenses para refazer a trajetória da arquiteta italiana Lina Bo Bardi (1914-1992) no Brasil.
"Nosso espetáculo tem muito do nosso país, as cores, os ritmos. Usamos maracatu, forró, chorinho. É um orgulho muito grande participar desse evento", afirma Ziza Brisola, 27 anos, bailarina e uma das fundadoras do grupo.
Em seguida, do outro lado da cidade, na praça Pau Brasil, em Interlagos, sobem ao palco os bailarinos da Cia de Danças de Diadema, com "Rap.Xote". O espetáculo trata das aventuras e desventuras de um homem que passeia por diversas culturas, sobretudo a do rap e a do xote.
Os bailarinos da companhia também participaram da mostra com a coreografia "Baque", do coreógrafo Mario Nascimento, que foi muito bem recebida pelo público. "Esse espetáculo tem um diálogo muito forte com o público. Quando dançamos em praças, ou as pessoas são pegas pela emoção ou vão embora, e essa coreografia interage muito bem", diz a diretora Ivonice Satie, diretora.
Às 15h, no teatro do Sesc Ipiranga, é a vez da Balangandança, com "Roda Pé", desenvolvida em uma linguagem especial para crianças.
Geórgia Lengos, diretora do grupo, fez pesquisas sobre jogos e brincadeiras tradicionais. "Pegamos o pé como gerador de movimento. Imagine que na coreografia há uma amarelinha feita com corpos espalhados pelo chão", conta.
A coreografia "Alice", da companhia de Lara Pinheiro e Marcos Gallon, tem como temática a memória e traz elementos do cotidiano para construir a intimidade presente na obra.
Rosana Cunha, 35, coordenadora dos programas de dança do Sesc, fala que um dos objetivos principais da mostra é a democratização dessa arte.
"Queremos levar a dança para todos os espaços possíveis dentro da capital. As apresentações em praças, por exemplo, têm a mesma qualidade das apresentadas nos teatros do Sesc e, além de tudo, são gratuitas."
Para despertar o interesse do público pela dança também há a atividade "Vias de Acesso", que dá à platéia a oportunidade de conversar com os bailarinos antes e depois dos espetáculos.


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