São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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Oficina faz festa de 50 anos com sessão espírita e trechos de peças

Em "rito rave teatral", grupo revisita espetáculos como "O Rei da Vela" (1967)

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Todos os que "trabalharam, trabalham ou querem trabalhar no Oficina" estão convidados para o "rito rave teatral" comemorativo dos 50 anos da companhia, hoje à noite, previsto para durar três horas.
Frutas, presentes e vinho farão as vezes de ingresso, desde que se observe a recomendação do anfitrião, José Celso Martinez Corrêa: "Nada de Almadén.
De Miolo para além".
Baco, fiador da celebração, verá passarem pelo palco-passarela cenas de espetáculos de todas as fases do grupo.
Depois de uma "sessão espírita com mesa branca, copo e o público fazendo corrente" (referência ao teatro espírita Novos Comediantes, antigo ocupante do prédio em que o Oficina se instalou), o roteiro prevê a apresentação de fragmentos de "Vento Forte para um Papagaio Subir" (a montagem inaugural, ao lado de "A Ponte"), "A Incubadeira" (1959) e "A Engrenagem" (1960), esta com direito a Zé Celso na pele de Getúlio Vargas.
Do período que marca a consagração da companhia, a formação atual revisita, entre outras, "Pequenos Burgueses" (1963), "O Rei da Vela" (1967), "Galileu Galilei" (1968) e "Na Selva das Cidades" (1969). O deslocamento do grupo na direção de um "teatro coral" que não estabelece distinções entre vida e arte é rememorado via "Gracias, Señor" (1972) e "As Três Irmãs" (1972).
A reencenação de um trecho da primeira terá a participação especial da atriz Maria Alice Vergueiro, integrante do elenco original. No aceno a "Roda Viva", quem volta é Paulo César Pereio, o Mané da versão apresentada em 1968.

Rave
Se o roteiro de Zé Celso não mudar de última hora, excertos de produções do "terceiro Oficina" como "Ham-Let" (1993), "Bacantes" (1996) e "Cacilda" (1998) serão projetados em telões. É aí que o rito vira rave, diz o anfitrião.
A idéia inicial do diretor era celebrar o cinqüentenário com um desfile de figurinos históricos da companhia: "Foi uma questão de "realpolitik". Tinha imaginado uma coisa grandiosa, mas vi que, saindo de "Os Bandidos" [peça que o grupo apresenta atualmente], não haveria tempo nem dinheiro. Esse presente deveria ter partido dos poderes público e privado", diz Zé Celso. "Resolvi então recolher imagens dos 50 anos, fazer um DNA deles e pari-los de outra forma."
Em dezembro, o Rio também saudará a efeméride, com uma exposição no Centro Cultural dos Correios em que serão lançados os DVDs de "Boca de Ouro", "Cacilda!", "Ham-Let" e "Bacantes".

LABRYNCO OFICINA 50
Quando: hoje, a partir das 21h
Onde: teatro Oficina (r. Jaceguai, 520, tel. 3106-2818)
Quanto: frutas, presentes e vinho poderão ser trocados por ingressos
Classificação: não recomendado a menores de 14 anos



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