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Bailarino foi adepto da experimentação
especial para a Folha
Steve Paxton nasceu em Tucson, cidade norte-americana do
Arizona, onde se formou em ginástica. Ao mudar-se para Nova
York, em 1958, passou a trabalhar
com artistas da dança, do teatro e
das artes visuais.
Em 1961, Paxton ingressou no
grupo de Merce Cunningham, no
qual dançou até 1965, quando resolveu dedicar-se à carreira independente, como coreógrafo e professor. Antes disso, ele já havia
inscrito seu nome no movimento
que abriu novas perspectivas para
a arte contemporânea.
Junto com personalidades que
se tornariam igualmente célebres,
entre outras Trisha Brown, Paxton era adepto da pesquisa e da
experimentação e, em vez das salas de concerto, preferia se apresentar em espaços anticonvencionais, como igrejas e ruas.
Foi em 6 de julho de 1962, na
Judson Church do bairro nova-iorquino de Greenwich Village,
que a geração de Paxton realizou
seu primeiro concerto, assinalando os primórdios do pós-modernismo.
Em vez de espetáculos, o grupo
integrado por Paxton definia suas
apresentações como "performances", das quais também fizeram
parte músicos, atores e artistas
plásticos (entre eles Robert Rauschenberg).
Explorando movimentos da vida cotidiana e recorrendo a estruturas indeterminadas, próprias
da improvisação, os coreógrafos
da época lançaram uma nova maneira de fazer dança.
"A idéia de "performers" se apresentando como pessoas comuns
não fundamentou somente a improvisação de contato, mas a dança contemporânea em geral", explicou Paxton à Folha.
"Provavelmente foi uma reação
às invenções da geração anterior
de coreógrafos, como Martha
Graham, Doris Humphrey, George Balanchine, que usavam o movimento para criar imagens que
contavam histórias ou ilustravam
idéias literárias ou psicológicas. A
nova direção foi articulada primeiramente por Merce Cunningham. Contudo costuma-se dizer
que Cunningham abriu muitas
portas, mas não escolheu todas
elas. As últimas portas foram penetradas pela geração seguinte, da
qual eu fiz parte, além de Trisha
Brown, Yvonne Rainer e outros."
Adepto da contracultura, Paxton baseou a improvisação de
contato no apoio mútuo entre
duas ou mais pessoas. Com isso, a
estruturação da coreografia se desenvolve por meio das informações transmitidas pelo toque, ou
seja, o contato físico entre os bailarinos.
Nas apresentações em São Paulo, Paxton dançará, em parceria
com Lisa Nelson, uma das peças
emblemáticas de seu repertório:
"PA RT", que estreou na Inglaterra em 1978.
"Solos e duetos se intercalam
durante os 45 minutos de "PA RT".
A música de Robert Ashley integra som de teclados e textos em
inglês, falados pelo próprio compositor." No mesmo programa,
há "Some English Suites", um solo de 1992 em que Paxton utiliza a
"spine technique" ao som de
Bach, além do solo "Dodo", em
que Lisa Nelson estrutura a dança
em relação ao espaço, a luz e o
som.
(AFP)
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