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CRÍTICA
Diversidade de linguagens não garante qualidade esperada
INÊS BOGÉA
CRÍTICA DA FOLHA
Começou com muita força,
termina bem mais frágil.
Nesta edição, o Panorama Sesi
incluiu pela primeira vez um
grupo estrangeiro, a Wood
Dance Company. Boa idéia: ampliar as possibilidades de intercâmbio, mas a qualidade do trabalho traiu sua intenção.
A marca do ciclo foi a diversidade de linguagens -e uma
tendência a repetir fórmulas.
Uma resenha anterior comentava os primeiros grupos. Vamos
à segunda etapa. "A Convulsiva
Beleza de uma Vida Comum",
da Domínio Público, começa
com um duo. Em cena, outra
mulher vem completar o trio,
que dramatiza temas como
egoísmo e orgulho. Salva-se a
dança do lugar-comum pelo vigor dos gestos; mas perde-se
nos símbolos gastos e nas falas.
"Reticência", da Fragmento, é
uma coreografia de expressão
corporal regular e cíclica. A procura de imagens fortes, seja pela
luz, seja pela repetição exaustiva
dos gestos, não chega a dar novo
sentido à dança. "Yin", da Stacatto Cia. de Dança, busca um
novo gestual. Mímica e adereços
de cena não emprestam força a
essa dança. As intérpretes ficam
devendo apuro técnico, e a coreografia carece de elaboração.
A Wood apresentou duas coreografias. Só pode ter sido um
equívoco este convite: a banalização dos desejos e angústias femininas, representados por gritos, histerias etc., deixa o espetáculo próximo de uma encenação amadora. Está certo o Panorama em procurar maior abrangência de linguagens coreográficas. Pena que o resultado não
foi o esperado. A variedade pode ser instigante, mas não a
qualquer preço.
Panorama Sesi de Dança
Onde: teatro Popular do Sesi (av.
Paulista, 1.313, tel. 3146-7405)
Quando: hoje e amanhã, às 20h
Quanto: entrada franca (retirar
ingresso com 1h de antecedência)
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