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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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CRÍTICA

Diversidade de linguagens não garante qualidade esperada

INÊS BOGÉA
CRÍTICA DA FOLHA

Começou com muita força, termina bem mais frágil. Nesta edição, o Panorama Sesi incluiu pela primeira vez um grupo estrangeiro, a Wood Dance Company. Boa idéia: ampliar as possibilidades de intercâmbio, mas a qualidade do trabalho traiu sua intenção.
A marca do ciclo foi a diversidade de linguagens -e uma tendência a repetir fórmulas. Uma resenha anterior comentava os primeiros grupos. Vamos à segunda etapa. "A Convulsiva Beleza de uma Vida Comum", da Domínio Público, começa com um duo. Em cena, outra mulher vem completar o trio, que dramatiza temas como egoísmo e orgulho. Salva-se a dança do lugar-comum pelo vigor dos gestos; mas perde-se nos símbolos gastos e nas falas.
"Reticência", da Fragmento, é uma coreografia de expressão corporal regular e cíclica. A procura de imagens fortes, seja pela luz, seja pela repetição exaustiva dos gestos, não chega a dar novo sentido à dança. "Yin", da Stacatto Cia. de Dança, busca um novo gestual. Mímica e adereços de cena não emprestam força a essa dança. As intérpretes ficam devendo apuro técnico, e a coreografia carece de elaboração.
A Wood apresentou duas coreografias. Só pode ter sido um equívoco este convite: a banalização dos desejos e angústias femininas, representados por gritos, histerias etc., deixa o espetáculo próximo de uma encenação amadora. Está certo o Panorama em procurar maior abrangência de linguagens coreográficas. Pena que o resultado não foi o esperado. A variedade pode ser instigante, mas não a qualquer preço.


Panorama Sesi de Dança
  
Onde: teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 3146-7405)
Quando: hoje e amanhã, às 20h
Quanto: entrada franca (retirar ingresso com 1h de antecedência)



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