São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011

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Leonard Slatkin rege na Sala São Paulo

Músico norte-americano comanda a Filarmônica de Roterdã na apresentação da sinfonia de Rachmaninov

Repertório inclui ainda obras dos compositores Haydn e Samuel Barber; Slatkin já conquistou sete prêmios Grammy

Steve J. Sherman/Divulgação
O músico norte-americano Leonard Slatkin, que comanda apresentação da Filarmônica de Roterdã na Sala São Paulo

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O regente californiano Leonard Slatkin, 66, reencontra nesta quarta, na Sala São Paulo, a orquestra e a obra com as quais ele teve um ataque cardíaco há dois anos, na Holanda.
Em 2009, Slatkin estava regendo a Filarmônica de Roterdã na segunda sinfonia de Rachmaninov (1873-1943) quando sofreu o acidente que o levou ao hospital.
"Não restaram traumas", garante o maestro. "Na verdade, fiquei bem feliz por poder voltar a trabalhar. Só tenho regido menos orquestras", afirma Slatkin, principal regente convidado da Sinfônica de Pittsburgh e diretor musical da Sinfônica de Detroit e da Orquestra Nacional de Lyon.
A performance de hoje à noite faz parte da série de concertos da Sociedade de Cultura Artística. Sem solista, a orquestra fundada em 1918, moldada por Valery Gergiev e atualmente sob direção musical de Yannick Nézet-Séguin, executa, além de Rachmaninov, a "Sinfonia nº 100 - Militar", de Haydn (1732-1809), e o "Ensaio para Orquestra nº 2", do norte-americano Samuel Barber (1910-1981).
Slatkin explica que, ao colocar uma obra do século 18 -a sinfonia de Haydn- ao lado de duas do século 20, a ideia foi ter um programa variado, que mostre a versatilidade da orquestra.
No caso específico do "Ensaio", ele quis "tocar uma obra cuja sonoridade fosse desconhecida do público, embora a linguagem de Barber seja bastante conservadora e não vá causar nenhum tipo de choque".
Com Barber, ele ainda reafirma seu compromisso com a música norte-americana. Boa parte das 64 indicações e sete prêmios obtidos por Slatkin no Grammy foi com gravações de compositores de seu país.

ECONOMIA
Nos Estados Unidos, ele foi diretor durante 17 anos da Sinfônica de St. Louis e está em Detroit desde 2008.
Chegou a reduzir seu próprio salário para ajudar as finanças da orquestra que, na última temporada, ficou seis meses em greve, sem tocar.
"Se a economia vai bem, as artes vão bem. Detroit teve muitos problemas por conta da crise na indústria automobilística, e isso se refletiu na orquestra: vários músicos foram embora em busca de empregos em outros lugares", explica o maestro.
Agora, contudo, a situação se estabilizou. "Na retomada da temporada, tivemos recorde de financiamento e de público e vamos seguir gravando a integral das sinfonias de Rachmaninov para o selo Naxos", festeja.
Com mais de cem discos no catálogo, Slatkin vai seguir gravando também em Lyon, onde seu mandato começa no segundo semestre.
"A orquestra vai criar um selo próprio, cujo nome ainda não foi definido, e vamos fazer um ciclo sinfônico de Mahler, um disco de Berlioz e compositores franceses menos conhecidos", enumera.

FILARMÔNICA DE ROTERDÃ
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16; tel. 3223-3966)
QUANTO R$ 110 a R$ 230
CLASSIFICAÇÃO livre




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