São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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CINEMA
Centro Cultural exibe seis produções, numa mostra que passa longe dos filmes de arte de Manoel de Oliveira
Ciclo apresenta "tesouros" portugueses

PAULO SANTOS LIMA
free-lance para a Folha

O cinema português não é apenas o autoral de Manoel de Oliveira, que, a partir de um enredo essencialmente lusitano, remete à temática universal.
Na mostra "Tesouros do Além-Mar", que vai até o próximo dia 4 de julho no Centro Cultural São Paulo, o cinema lusitano aparece de jeito "informal", nos moldes do cinema comercial.
São seis filmes dos anos 80 e 90 (leia programação no quadro ao lado), indo da comédia ao suspense, passando até pela guerra.
O de hoje é "O Bobo", de José Álvaro Morais. O filme junta o teatro de Alexandre Herculano -figura conhecida na arte cenográfica lusitana- com um assassinato (pretexto clássico no cinema de enredo). Neste caso, um crime durante a montagem de uma peça teatral.
Há adaptações de livros, como "Balada da Praia dos Cães", rodada em 86 por José Fonseca e Costa. Aqui, um revolucionário aparece morto na tal praia dos Cães, sob o regime de Salazar.
O diretor também dirigiu uma comédia de humor negro -"A Mulher do Próximo" (88)-, sobre amores e paixões.
Mas há filmes que firmam a tradição dramática portuguesa. É o caso de "Chá Forte com Limão" (93), de António Macedo, em que um segredo macabro move o suspense (que mais parece drama), numa mansão.
O Brasil não foi esquecido na mostra, já que em "Duma Vez por Todas" (87), filme policial de Joaquim Leitão, um piloto brasileiro é um personagem relevante. Ele, no caso, está envolvido em tráfico de drogas e acaba levando a protagonista do filme, uma garota de programa.
Para os fãs de guerra, é boa opção fugir dos filmes norte-americanos e conhecer "Um Adeus Português" (85), de João Botelho. Mais do que um filme de guerra, aqui o psicologismo ganha vulto. Um pequeno pelotão de soldados, em plena África portuguesa, se perde e questiona as razões da guerra em que combatem.


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