LUÍS PEREZ
da Reportagem Local

Uma experiência musical no mínimo curiosa acontece hoje no parque Ibirapuera. Depois de incorporar guitarras elétricas, sintetizadores e virar pop romântico, é a vez de o sertanejo ser acompanhado por uma orquestra.
A dupla Zezé Di Camargo & Luciano cantará 21 de seus maiores sucessos com acompanhamento de músicos eruditos sob a regência do maestro, compositor e pianista Amilson Godoy.
No repertório de "Sertanejo Orquestrado", estarão alguns dos maiores sucessos da dupla, como "É o Amor", "Vem Ficar Comigo", "Cada Volta É um Recomeço", "Você Vai Ver" e "Dois Corações e uma História".
Esse show marca o lançamento do novo CD, no qual os cantores, ávidos por novas experiências, procuram inovar na forma e retornar às origens no conteúdo (leia textos nesta página).
As mudanças têm a ver com o sequestro do irmão Wellington. Zezé e Luciano aproveitam para adiantar uma novidade: já gravaram uma participação na faixa "Uma Luz", no CD que Wellington pretende lançar em breve.
"Ele não virou um grande cantor da noite para o dia e já tinha esse projeto antes de ser sequestrado", conta Zezé.

Fama e fortuna
Por falar em sucesso, Zezé diz que não mudará seu estilo de vida -e continuará abrindo casa e camarins para fotos e reportagens em TVs, revistas e jornais.
"O artista é um vendedor de ilusões. Se alguém olha e não vê que ele está bem, é sinal de fracasso. Bem-estar financeiro e carreira são coisas que caminham juntas."
"O Brasil passa por uma situação em que você se sente culpado por ter as coisas. Seria hipocrisia minha ir para a televisão e dizer que estou mal. No exterior, revistas até classificam os artistas pelo faturamento", opina o cantor.
"Numa lista, a gente não estaria nem entre os 5.000 sequestráveis no Brasil." A mais pop das duplas busca manter o sucesso. Um pouco desse sucesso -que inclui fãs das mais exaltadas- pode ser conferido hoje no final da tarde.