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Maar retratou "Guernica"
free-lance para a Folha
A iugoslava Henriette Theodora Markovitch, Dora Maar, teve o
privilégio de acompanhar e documentar a confecção de "Guernica", obra que retrata os horrores
da guerra civil espanhola.
Viveu com Pablo Ruiz Picasso
(1881-1973) entre 1936 e 1943, entrando em profunda depressão
após se separar do artista, que retomava seu antigo romance com
Marie Thèrése Walter.
No entanto, a testemunha ocular de "Guernica", duplamente retratada na obra - é a mulher que
chora em desespero e a que carrega uma criança -, não teve sucesso como fotógrafa.
Maar (1907-1997) se envolveu
com um grupo de fotógrafas que
seguia as tendências cubistas e
surrealistas da fotografia nos anos
30 e 40. Entre elas, Claude Cahun,
Nuch Éluard e Lee Miller (1907-1977), que se destacou como documentarista.
Foi modelo e assistente do fotógrafo Man Ray (1890-1977) e documentou cenas da Segunda
Guerra para a revista "Vogue",
culminando com fotos do campo
de concentração de Buchenwald.
Claude Cahun, na verdade Lucy
Schwab (1894-1954), pertencia a
um grupo de intelectuais judias
lésbicas que formaram resistência
contra o nazismo em Paris.
Nuch Éluard -Marie Benz-
(1906-1946) era uma acrobata
francesa, que se dividia entre o leito do marido, o poeta Paul Éluard
(1895-1952), e o de Picasso. Como
Maar, fez colagens e morreu logo
após o término da guerra.
Maar não foi a única a ser retratada por Picasso em "Guernica".
Marie Thèrése Walter (1909-1977)
inspirou a figura da mulher com
seios e nádegas à vista e é a cabeça
que sai de uma casa em chamas.
Jacqueline Roque (1927-1986)
foi a última mulher de Picasso e a
que mais aparece em suas obras
entre 1952 e 1973.
As musas parecem não ter suportado as lembranças de Picasso
e escolheram fins trágicos. Maar
foi para um convento, Marie se
enforcou e Roque se suicidou
com um tiro na cabeça.
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