Lançando um DVD retrospectivo, compositor já tem três projetos de canções inéditas quase prontos

MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem for ao show que Geraldo Azevedo faz esta noite pode até imaginar: o artista pernambucano não fez muita coisa nova nos últimos tempos. Ele vai tocar, uma atrás da outra, "Bicho de Sete Cabeças", "Dia Branco", "Táxi Lunar" e mais um punhado das canções que o consagraram. Inéditas, só duas.
Mas essa é pista falsa. Tentando se equilibrar na bagunça do mercado de música atual, Azevedo vem revezando, em esquema "morde e assopra", alguns trabalhos retrospectivos a outros -muitos- completamente inéditos.
Olhando para sua história, ele lança agora "Uma Geral do Azevedo", primeiro DVD, base do show de hoje. Mas, garante, já tem um disco de canções inéditas composto e está tocando outros dois projetos coletivos. O primeiro é "Salve Francisco", álbum temático dedicado ao rio São Francisco. "Nasci em Pretolina, na beira desse rio", diz. "O disco chama atenção para a revitalização." Participações de Maria Bethânia, Djavan, Fernanda Takai, Ivete Sangalo, Alceu Valença e Moraes Moreira, entre outros, já estão gravadas.
Outro é "Pessoas", primeiro trabalho do Três Geraldos, trio formado por Azevedo e seus conterrâneos Geraldo Maia e Geraldo Amaral. "Cada um canta duas músicas, eu canto umas oito", define.
Azevedo teve público renovado nos anos 90 a partir de outro coletivo, o "Grande Encontro" -com Alceu Valença, Elba e Zé Ramalho. "Todos os projetos de conjunção que fiz deram pontapés nas carreiras de quem participou", ele diz. Tudo isso, porém, só vem à tona depois do carnaval de 2010. Até lá, repassa, quantas vezes forem necessárias, "Bicho de Sete Cabeças", "Dia Branco", "Táxi Lunar". "São essas canções que carregam os curiosos para os meus shows. São minha mídia informal."