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AGRICULTURA ORGÂNICA
Cerca de 3.000 t do produto serão vendidas à Europa, EUA e Japão
Paraná exporta soja 30% mais cara
MARCELO NEGROMONTE
da Reportagem Local
O Estado do Paraná está exportando soja orgânica com um preço
30% superior ao da soja cultivada
com agrotóxicos.
Os agricultores de Capanema, cidade próxima à fronteira com o
Paraguai, devem exportar cerca de
3.000 t de soja orgânica para a Europa, Japão e EUA.
A soja é vendida pela empresa
Terra Preservada, que funciona
como uma cooperativa, que compra a produção de 300 sojicultores.
A empresa paga uma espécie de
prêmio aos sojicultores, que este
ano é de 30% sobre o valor de mercado, e revende o produto com esse valor embutido.
A soja orgânica não leva nenhum
tipo de agrotóxico e é cultivada
com adubo orgânico à base de potássio e fósforo naturais.
No combate à lagarta, os produtores de Capanema utilizam Dipel,
produto à base da bactéria Bt e um
concentrado do vírus Baculovirus,
que também ataca a lagarta.
A Terra Preservada compra a saca de soja dos produtores por R$
20,47. Atualmente o valor da saca
de soja no Paraná é de R$ 15,75.
"O prêmio deste ano é menor
devido ao alto preço da soja no
mercado, mas já pagamos 49% a
mais na primeira safra exportada", afirma Rogério Konzen, proprietário da empresa, que exporta
soja orgânica há quatro anos.
A procura pela soja orgânica, segundo Konzen, vem aumentando
a cada ano. "O consumidor externo está exigindo produtos livres de
agrotóxicos."
Campo Mourão
A microbacia do Rio do Campo,
no município de Campo Mourão
(PR), também utiliza o controle
biológico nas plantações de soja.
O controle consiste em proteger
a soja contra os ataques da lagarta
e do percevejo sem o uso de agrotóxico, mas ainda com a utilização
de adubos químicos.
"Para combater com inseticida
a lagarta e o percevejo, gasta-se de
US$ 2,90 e US$ 4,13 por hectare,
respectivamente, por aplicação,
que pode chegar a cinco aplicações", afirma Elson Buaski, presidente da Associação de Moradores
da Bacia do Rio do Campo.
A lagarta da soja, que ataca durante a fase de crescimento da
planta, é combatida com um concentrado do vírus Baculovirus aspergido na plantação. O concentrado custa US$ 1,55/ha.
Para combater o percevejo é utilizada a vespa Trissolcus basalis.
"A vespa é encontrada no ambiente natural, mas não em quantidade suficiente para combater o
percevejo", afirma Buaski, que
dirige um laboratório que desenvolve cerca de 300 mil vespas distribuídas de graça aos agricultores.
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