São Paulo, Terça-feira, 11 de Janeiro de 2000 |
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Agroturismo engorda renda de fazenda que preserva o verde Boi e natureza fazem Bonito
ROBERTO DE OLIVEIRA em Bonito (MS) Como o poeta pantaneiro Manoel de Barros, o estudante Cícero Roberto Gomes, 14, cresceu no chão, entre formigas, tamanduás, galinhas, vacas e capivaras, em comunhão com a natureza. Para o rapaz sul-mato-grossense, a vida na fazenda, com matas cercadas de bichos e rios, começa este ano a ser vista sob uma nova e promissora perspectiva. Roberto é um dos monitores de turismo da fazenda Pitangueiras, no Parque Ecoturístico da Bodoquena, na região de Bonito (MS), que alia a pecuária extensiva e a criação de cavalos e ovelhas ao agroturismo. Filho de colonos, o adolescente coloca em prática tudo o que aprendeu em suas brincadeiras de criança, quando explorava matas, grutas e rios fazenda afora. Agora, devido ao turismo, ele diz que não precisa ir para a cidade grande atrás de um emprego. "Adoro esse lugar e quero mostrá-lo às pessoas. Aqui terei condições de ter uma profissão", diz o rapaz, que é treinado pelo guarda-parque Guilherme Rocha, 23. Graças às proporções gigantescas e à natureza exuberante, Bonito não vive apenas da pecuária. Cortada por rios, cachoeiras, lagos subterrâneos, grutas, serras, vales e matas, a região é um dos exemplos mais bem-sucedidos do turismo rural brasileiro. No parque, que consumiu investimento de R$ 150 mil, o visitante se hospeda em casa de colono. Vive o cotidiano da fazenda, uma das mais antigas propriedades da serra da Bodoquena, integrado à cultura e à sua gente. Aprende que ali, há cerca de 15 anos, a roda d'água era o instrumento responsável pela geração de energia da fazenda. Come pratos típicos, como a torta paraguaia, à base de milho, e participa da roda do tereré (água gelada com erva-mate). Maritacas, tucanos e, não raro, araras sobrevoam a fazenda enquanto o tamanduá-bandeira acompanha os peões nos pastos. Pelas trilhas rústicas na mata diversificada, o visitante ainda pode ter a sorte de observar outros animais silvestres antes do tranquilo passeio de canoa pelo rio Olaria. Parque Ecoturístico da Bodoquena (Núcleo Pitangueiras) Área total: 9.900 ha (duas fazendas) Mata virgem e de preservação: 2.200 ha Agricultura: 300 ha Pastagem nativa: 1.000 ha Pastagem plantada: 4.000 ha Funcionários: 22 (18 famílias) Gado em engorda: 4.200 Cavalos: 375 Jumentos: 120 Pôneis: 22 Ovelhas: 250 Quanto custa: diárias de R$ 25 a R$ 36 E-mail: bodoquena@zaz.com.br Onde saber mais: tel. 0/xx/67/255-1492 e 0/xx/11/212-5538 Próximo Texto: Cerrado é campo fértil para o turismo Índice |
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