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Operação de combate ao cancro atinge 150 milhões de pés
da Reportagem Local
Cerca de 150 milhões de pés de
laranja vão passar por uma varredura, que começa a partir da próxima segunda-feira, em pomares
do Estado de São Paulo, dentro de
uma campanha para identificar
novos focos do cancro cítrico.
Considerada a pior doença que
ataca atualmente a citricultura
brasileira, o cancro cítrico não tem
cura. Já provocou prejuízos de US$
500 milhões nos pomares.
A doença provoca lesões parecidas com feridas salientes em folhas, frutos e ramos.
A bactéria que causa o cancro se
dissemina facilmente pelo vento,
pela chuva, mas, principalmente,
por mudas contaminadas, por materiais de colheita (roupas, caixas,
sacolas e escadas) e por veículos.
A varredura, a maior já realizada
no país, deve atingir mais de 70%
dos pomares paulistas. Ela está
sendo organizada pelo Fundecitrus (Fundo Paulista de Defesa da
Citricultura) e pela Secretaria da
Agricultura do Estado de São Paulo.
Estão sendo contratadas 4.000
pessoas para o trabalho e adquiridos mais de 400 veículos, que estarão envolvidos também na operação de reinspeção de propriedades
que apresentam um quadro histórico da doença.
A verba para a realização da varredura, que tem como objetivo erradicar a doença do maior parque
citrícola do mundo, virá do setor
privado e também do Ministério
da Agricultura, que liberou no início deste mês R$ 5 milhões para o
combate ao cancro cítrico.
Foi a primeira parcela de um total de R$ 50 milhões destinados à
erradicação da doença nos próximos três anos. Só o setor privado
investirá R$ 30 milhões este ano no
combate ao cancro cítrico.
Tanto representantes da indústria de suco de laranja quanto citricultores estão preocupados com os
efeitos na quebra da produção de
laranja na próxima safra em decorrência do avanço no cancro.
Controle
Não existe controle químico para
o cancro cítrico. A única forma de
exterminar a bactéria é arrancar as
plantas contaminadas e as suas vizinhas num raio de 30 metros. No
lugar não é permitido o plantio de
citros num prazo de dois anos.
A mais eficiente forma de controle é a prevenção, principalmente durante a colheita, que começa
no final deste mês, alertam os técnicos do Fundecitrus.
As medidas preventivas mais eficazes são aquisição de mudas sadias, pulverização com bactericida
de caixas, sacolas, escadas, equipamentos e veículos, além de evitar a
entrada de caminhões no pomar e
usar quebra-vento e cerca-viva.
Na próxima quinta-feira, às 8h,
acontece uma palestra com técnicos do Fundecitrus, em Bebedouro
(SP). Informações pelo tel. 0800-112155. O fundo está recebendo solicitações de palestras sobre o cancro para citricultores e funcionários, antes do início da colheita.
Nos dias 20 e 21 de maio, será
realizado o 1º Encontro Citricultura Sustentável, no Alie (Associação
Limeirense de Ensino), em Limeira (SP). O controle alternativo de
pragas e doenças faz parte da pauta
do evento, que irá reunir diversos
especialistas. Informações pelo tel.
(014) 821-1866 ou 821-4991.
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