São Paulo, Terça-feira, 11 de Maio de 1999
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Operação de combate ao cancro atinge 150 milhões de pés

da Reportagem Local

Cerca de 150 milhões de pés de laranja vão passar por uma varredura, que começa a partir da próxima segunda-feira, em pomares do Estado de São Paulo, dentro de uma campanha para identificar novos focos do cancro cítrico.
Considerada a pior doença que ataca atualmente a citricultura brasileira, o cancro cítrico não tem cura. Já provocou prejuízos de US$ 500 milhões nos pomares.
A doença provoca lesões parecidas com feridas salientes em folhas, frutos e ramos.
A bactéria que causa o cancro se dissemina facilmente pelo vento, pela chuva, mas, principalmente, por mudas contaminadas, por materiais de colheita (roupas, caixas, sacolas e escadas) e por veículos.
A varredura, a maior já realizada no país, deve atingir mais de 70% dos pomares paulistas. Ela está sendo organizada pelo Fundecitrus (Fundo Paulista de Defesa da Citricultura) e pela Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.
Estão sendo contratadas 4.000 pessoas para o trabalho e adquiridos mais de 400 veículos, que estarão envolvidos também na operação de reinspeção de propriedades que apresentam um quadro histórico da doença.
A verba para a realização da varredura, que tem como objetivo erradicar a doença do maior parque citrícola do mundo, virá do setor privado e também do Ministério da Agricultura, que liberou no início deste mês R$ 5 milhões para o combate ao cancro cítrico.
Foi a primeira parcela de um total de R$ 50 milhões destinados à erradicação da doença nos próximos três anos. Só o setor privado investirá R$ 30 milhões este ano no combate ao cancro cítrico.
Tanto representantes da indústria de suco de laranja quanto citricultores estão preocupados com os efeitos na quebra da produção de laranja na próxima safra em decorrência do avanço no cancro.

Controle
Não existe controle químico para o cancro cítrico. A única forma de exterminar a bactéria é arrancar as plantas contaminadas e as suas vizinhas num raio de 30 metros. No lugar não é permitido o plantio de citros num prazo de dois anos.
A mais eficiente forma de controle é a prevenção, principalmente durante a colheita, que começa no final deste mês, alertam os técnicos do Fundecitrus.
As medidas preventivas mais eficazes são aquisição de mudas sadias, pulverização com bactericida de caixas, sacolas, escadas, equipamentos e veículos, além de evitar a entrada de caminhões no pomar e usar quebra-vento e cerca-viva.
Na próxima quinta-feira, às 8h, acontece uma palestra com técnicos do Fundecitrus, em Bebedouro (SP). Informações pelo tel. 0800-112155. O fundo está recebendo solicitações de palestras sobre o cancro para citricultores e funcionários, antes do início da colheita.
Nos dias 20 e 21 de maio, será realizado o 1º Encontro Citricultura Sustentável, no Alie (Associação Limeirense de Ensino), em Limeira (SP). O controle alternativo de pragas e doenças faz parte da pauta do evento, que irá reunir diversos especialistas. Informações pelo tel. (014) 821-1866 ou 821-4991.


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