São Paulo, terça, 13 de outubro de 1998

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BARREIRAS
Ministérios da Agricultura e da Saúde intensificam controle sanitário e dificultam a entrada do produto
Governo contém a importação de leite

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Trabalhador opera ordenhadeira mecânica no interior de SP; produtores reclamam das importações, que em 97 chegaram a 329,8 mil t


SEBASTIÃO NASCIMENTO
da Reportagem Local

A intensificação das barreiras sanitárias para a entrada de leite no Brasil, a partir de agosto, está conseguindo reduzir as importações.
Em agosto, o volume de leite importado (32,4 mil t) ficou 65% abaixo do registrado em julho (53,4 mil t).
Em setembro, a imposição de exigências de controle sanitário foram mais severas e quase não entrou leite no Brasil.
Estimativas sobre importação divulgadas há 15 dias pelas entidades que representam os produtores, como a Leite Brasil e a Confederação Nacional da Agricultura, já estão sendo revistas.
Essas entidades previam que o país deveria gastar US$ 590 milhões com a importação este ano, contra US$ 453 milhões em 1997.
Seus diretores acreditam que o governo ouviu as reclamações dos produtores contra a importação. Na verdade, a intensificação do controle sobre a entrada de leite é devido principalmente ao crescente déficit na balança comercial (US$ 801 milhões em setembro).
"O governo não está fazendo nada mais do que disciplinar as importações, respeitando os acordos da Organização Mundial do Comércio", diz Luiz Carlos Oliveira, diretor do Dipoa, órgão encarregado de controlar a entrada de leite.
Segundo ele, o leite passou a ser vistoriado antes do embarque. "O país exportador deve ser habilitado pelas autoridades brasileiras, enquanto o importador será obrigado a obter licença prévia."
Oliveira informa que os importadores que não seguem as normas estão tendo o produto retido.
Crítico das importações, Jorge Rubez, da Leite Brasil, admite que o governo intensificou as medidas restritivas, que já haviam sido editadas em fevereiro.
"O aumento das alíquotas de importação e a exigência de anuência prévia estão sendo praticadas."
Na semana passada, o governo anunciou medidas de restrição a vários outros produtos.
Ernesto de Salvo, presidente da CNA, elogia as medidas.



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