São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2000


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Mídia ainda é vista com desconfiança

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural (ABMR), Luiz Carlos Lazarini, vê com desconfianças a viabilidade dos negócios do setor agrícola pela Internet.
"Há possibilidade de crescimento, mas não acredito que tome uma grande parcela do mercado", afirma.
Para ele, negócios envolvendo grandes quantias em dinheiro, como a comercialização de grãos entre produtores e empresas, têm mais chances de crescimento na nova mídia.
"O produtor não vai comprar um fertilizante da mesma maneira que um colegial compra um livro pela Internet. Os sites que eu vi até agora não levam isso em consideração", diz.
O acesso dos produtores rurais ao computador, ainda pequeno, é outro problema, segundo ele.
Estima-se que apenas 4% das propriedades rurais brasileiras tenham computadores conectados à Internet.
Na opinião dos empresários dos sites brasileiros, no entanto, há um grande mercado potencial no Brasil.
Segundo André Salies, do Portal do Campo, em 2003 o país deverá ter aproximadamente 30% de suas propriedades rurais conectadas à Internet.
"E, devido à concentração de renda que há no país, esses produtores vão deter a maior parte dos negócios", afirma.
De acordo com ele, os 30% mais ricos entre os agricultores detêm 80% dos negócios do agrobusiness no Brasil.
Estimativas à parte, na opinião do editor e webmaster Claudio Cunha, do site AgroBrasil, o que ocorre nesse mercado já é uma revolução.
"Existem hoje mais de dez sites no Brasil com o propósito de comercializar produtos agrícolas. Há 90 dias, não havia nenhum. E os serviços vão se aprimorar."
Nos próximos meses, além de uma guerra publicitária entre os sites, o mercado brasileiro deve ser palco de novos investimentos, inclusive estrangeiros, na área.
O investidor George Soros, por exemplo, adquiriu na Argentina o site FyO.com e deve ampliar seus negócios para o Brasil, a exemplo do que já ocorreu com o Agrosite e o Megaagro.

EUA
Nos EUA, onde o "e-commerce" está consolidado, cerca de 30% das propriedades rurais têm acesso à Internet, segundo relatório do Usda (Departamento da Agricultura dos Estados Unidos).
Ainda conforme o relatório, 24% das fazendas norte-americanas utilizam o computador no gerenciamento do negócio agrícola.
O acesso por parte dos produtores que não têm computador é facilitado por meio de associações, escolas e universidades.
Para 2001, o Usda prevê que 52% das fazendas estarão conectadas. Em 2003, o número saltará para 70% da propriedades. (FEM)


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