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Bezerros meio-sangue nelore-simental, chamados superprecoces, comem em cocho da fazenda Figueira Branca, em Campina do Monte Alegre

SEBASTIÃO NASCIMENTO
da Reportagem Local

Novilhos precoces, abatidos entre 18 e 24 meses de idade, já são conhecidos pelos brasileiros. Tratando-se de tecnologia, a última palavra hoje são os bezerros superprecoces, que, com apenas 12 meses, atingem 16 arrobas e estão prontos para o abate.
Três fazendas, Nomurabrás, em Araxá (MG), Cambiju, em Ponta Grossa (PR), e Figueira Branca, em Campina do Monte Alegre (SP), já estão produzindo os novilhos superprecoces.
É um grande avanço para um país onde a média de abate do gado de corte gira em torno de 36 meses. Muitos animais chegam a ultrapassar os quatro anos no pasto, o que torna a pecuária brasileira cara e pouco competitiva, segundo especialistas na área.
A fazenda Figueira Branca, em Campina do Monte Alegre (SP), produz há três anos novilhos meio-sangue superprecoce que resultam do cruzamento entre a vaca nelore e o touro simental.
No ano passado, a fazenda engordou 80 superprecoces. O custo por animal foi de R$ 305. Em novembro, cada cabeça foi vendida por R$ 432, com lucro de R$ 116.
O segredo que leva o bezerro de apenas um ano de idade a pesar igual a um animal adulto é a alimentação, diz o agrônomo Fábio Stein Aguiar, gerente da fazenda.
Segundo ele, um tipo de comida à base de ração de milho (75%) e de um preparado protéico (25%), formulado por uma equipe de agrônomos da Unesp (Universidade Estadual Paulista), é fornecido aos bezerros, junto com o leite das mães, nos primeiros sete meses de vida (fase da desmama).
A vantagem desse sistema, destaca Aguiar, é que o bezerro começa a se alimentar mais cedo. "Quanto mais jovem, maior é a conversão alimentar, capacidade de transformar a ração em carne."
Segundo ele, nos primeiros meses de vida são necessários apenas 6,5 kg de alimento para se obter 1 kg de peso vivo. Animais com mais de 18 meses precisam comer 10 kg de ração para ganhar 1 kg.
Entre o nascimento e a desmama, os bezerros engordam em média 240 kg na Figueira Branca.
"Se fossem alimentados somente com leite, o que é comum no Brasil, eles teriam 50 kg a menos aos sete meses", diz.
A segunda etapa para a produção do superprecoce é o confinamento, com duração média de 150 dias. "Adaptado à ração, ele vai ganhar mais peso do que um bezerro que foi desmamado pelo método tradicional", diz Aguiar.



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