São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estado se une à Bolívia contra a aftosa

DO ENVIADO ESPECIAL

Dono do maior rebanho bovino (24 milhões de cabeças; o país tem 162 milhões) e principal produtor brasileiro de carne, Mato Grosso do Sul resolveu travar uma luta além-fronteira para erradicar a febre aftosa, um fantasma que continua adiando a expansão internacional da sua pecuária de corte.
Fazendeiros ligados à Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e o governo estadual selaram com autoridades bolivianas, em reunião realizada sábado último, em La Paz, um convênio pelo qual o Brasil vai dar suporte à Bolívia para o combate à doença no país vizinho.
Mato Grosso do Sul faz fronteira com a Bolívia na região do Pantanal. Praticamente inexiste fiscalização de controle do tráfego de gado entre os dois países.
O Brasil vai enviar vacinas e treinar profissionais bolivianos no Iagro, órgão governamental que supervisiona a luta contra a aftosa em Mato Grosso do Sul.
""Vamos lutar para valer. Estamos dispostos a trabalhar em conjunto com as autoridades sanitárias da Bolívia, fornecendo o necessário apoio", diz Laucídio Coelho Neto, presidente da Acrisul, que tem 2.000 associados.

Focos
Mato Grosso do Sul chegou a passar três anos sem a aftosa. Fazendeiros e órgãos públicos exerciam a vigilância.
O tropeço veio no início de 98, quando focos da doença ressurgiram no sudoeste do Estado na fronteira com o Paraguai, país que hoje mantém um intercâmbio com Mato Grosso do Sul de controle com vacinação.
Foi uma verdadeira ducha fria. Na ocasião, Mato Grosso do Sul tentava junto à OIE (Organização Internacional de Epizootias), órgão da ONU, o reconhecimento de zona livre da doença, o que lhe franquearia o mercado norte-americano de carne in natura, hoje absolutamente fechado.
Mais tarde, ficou confirmado que a aftosa voltou ao Estado não por ""inépcia" de seus fazendeiros.
Foi constatado, por exemplo, que o dono de uma das fazendas em Porto Murtinho, onde o foco surgiu, morava em outro Estado.


Sebastião Nascimento e Luiz Carlos Murauskas viajaram a Campo Grande a convite da Sete Estrelas Embriões


Texto Anterior: Mato Grosso do Sul: Prenhez de vaca nelore alcança R$ 42 mil
Próximo Texto: Painel rural
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.