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PECUÁRIA
De janeiro a setembro deste ano, vendas de sêmen bovino alcançaram 3,736 milhões de doses, segundo a Asbia
Mercado de inseminação cresce 8%
SEBASTIÃO NASCIMENTO
da Reportagem Local
As vendas de doses de sêmen bovino importadas e produzidas no
país de janeiro a setembro deste
ano totalizaram 3,736 milhões, número que é 8% superior ao de igual
período de 97, quando 3,458 milhões de doses foram vendidas.
Nos 12 meses do ano passado, as
vendas somaram 5,151 milhões de
doses. A expectativa da Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), que representa as
empresas, é de o país fechar este
ano com vendas entre 8% e 10%
acima das de 97.
Segundo Dorival da Cruz, presidente da Asbia, algumas empresas
trabalhavam com a perspectiva de
o setor crescer até 20% neste ano.
""A descapitalização do produtor,
principalmente o de leite, que está
recebendo um preço irrisório pelo
litro, prejudicou o mercado e fez a
indústria rever os seus números."
Diante desse quadro, afirma
Cruz, as empresas se viram obrigadas ainda a reduzir o preço médio
das doses de sêmen.
""A minha empresa, por exemplo,
a Semex, em 97 vendia o produto à
média de R$ 14,70. Este ano, o preço médio da dose caiu para R$
11,70."
Outro fator que atrapalhou a indústria, segundo Cruz, são as regras para a importação de sêmen.
""Uma norma do governo obriga o
pagamento à vista das importações que ultrapassam US$ 10 mil."
O desequilíbrio, diz Cruz, é gerado depois de a mercadoria dar entrada no país, pois, diante das dificuldades do fazendeiro, as empresas oferecem prazo para que ele
possa quitar seus compromissos.
As empresas não esperam um
crescimento significativo do mercado em 99.
De acordo com Donário de Almeida, diretor da Pecplan ABS,
empresa que vendeu 609,7 mil doses de sêmen nacional de janeiro a
setembro e que ocupa a primeira
posição nesse segmento, o aumento nas vendas de sêmen deve repetir o deste ano (entre 8% e 10%).
Segundo ele, a inseminação artificial tem contribuído para a melhora do rendimento da pecuária e
o fazendeiro não deverá abrir mão
dessa tecnologia.
""As propriedades estão aumentado o seu tamanho para ganhar
escala e se tornarem competitivas.
A inseminação traz eficiência e influi na produtividade", diz.
Para Dorival da Cruz, a estratégia
das empresas no ano que vem será
a de incentivar a atuação nas áreas
onde não existe inseminação.
Além de abrir mercado, continua
Cruz, a tendência será a de aumentar a participação na região Centro-Oeste, que, nos últimos dois
anos, dobrou a sua demanda por
sêmen bovino.
É o caso de Goiás, cuja produção
de leite em breve alcançará a de Estados como Minas e São Paulo.
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