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Miniárvore de laranja

ROBERTO DE OLIVEIRA
enviado especial a Holambra (SP)

As árvores artificiais de Natal estão dando lugar a uma nova tendência no mercado de plantas ornamentais: tuias, miniárvores e bonsais frutíferos, que, se depender da produção, devem começar a roubar a cena festiva neste final de ano.
Com preços acessíveis, que variam de R$ 10 a R$ 30, essas plantas têm a vantagem de descartar a montagem e desmontagem e ainda poder ser transferidas, caso deseje o consumidor, dos vasos para o jardim.
No caso das miniárvores, há ainda outra vantagem: elas produzem frutas praticamente o ano todo.

Cheirinho de limão
Uma variedade de tuia, originária da Inglaterra, mas desenvolvida e explorada comercialmente na Holanda, é o destaque da Terra Viva, de Holambra, no interior paulista, cidade que concentra uma das maiores produções de flores e plantas do Brasil.
Há três anos, chegaram da Holanda as primeiras mudas de tuia para serem desenvolvidas por aqui.
Depois de muita persistência, pois a planta demora cerca de cinco meses para enraizar, a tuia holandesa ganhou forma e cheiro. Ela exala um suave perfume de limão.
Será o carro-chefe da Terra Viva neste Natal, que está colocando à venda 150 mil vasos com plantas entre 30 cm e 60 cm.
Mas a tuia pode alcançar até 5 m, segundo Patrick de Block, diretor da empresa.
"Em vasos, a tuia cresce, em média, 30 cm por ano. No jardim, ela se desenvolve mais: 50 cm, 60 cm e até 70 cm por ano, de acordo com os tratos culturais e a adaptação da planta", explica o diretor da Terra Viva.

Versões
Há duas versões: uma com os galhos mais fechados e outra, ideal para jardim, com galhos mais abertos.
Os vasos devem chegar ao consumidor por preços que variam de R$ 10 (planta com 30 cm) a R$ 100 (2 m).
Em São Paulo, as plantas serão vendidas nas lojas dos supermercados Carrefour, Pão de Açúcar e Extra, em algumas floriculturas e no Ceagesp.
A Terra Viva mantém 3,6 ha de estufas, com iluminação e fertiirrigação controladas por computadores, para desenvolver a tuia holandesa, o dobro da área destinada no ano passado.
A Torrão de Ouro, de Limeira (SP), foi buscar na Califórnia (EUA) as miniárvores frutíferas e, no Japão, os bonsais.
A empresa, que comercializa em média 100 mil plantas frutíferas por ano, resolveu transferir as árvores para os vasos.
Usando um sistema diferenciado de enxertia e técnicas especiais de poda, segredos mantidos a sete chaves, a empresa tem cerca de 20 variedades de frutíferas em vasos, como jabuticaba, manga, açaí e acerola.

Laranja-kinkan
Os principais destaques para este Natal são a laranja-kinkan (também conhecida como laranja-japonesa).
Em vaso, a planta atinge entre 1 m e 1,20 m. Nos bonsais, entre 20 cm e 30 cm.
A empresa também produz limão-imperial nas duas versões (vaso e bonsai).
"O limão-imperial é uma mutação genética de uma tangerina brasileira conhecida como cleópatra", explica o engenheiro agrônomo Aparecido Antonio Caetano, 47, ex-pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), dono da Torrão de Ouro.
Tanto o limão como a laranja podem ser consumidos in natura, preparados como conservas ou serem utilizados como ingredientes em bolos, tortas e doces, segundo Caetano.
A empresa pretende vender neste final de ano cerca de 20 mil plantas.
Os preços dos vasos variam entre R$ 10 e R$ 15 e os dos bonsais entre R$ 25 e R$ 30.
Caetano diz que as duas plantas podem ser cultivadas em qualquer lugar.