São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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EXPOFLORA 99
Maior festa de flores da América Latina, feira deve faturar US$ 3 milhões e atrair 250 mil pessoas
Minirrosa é a musa da primavera

Cleo Velleda/Folha Imagem
Minirrosa lilly rose, de 3 cm, que será vendida na Expoflora com preço entre R$10 e R$ 12 cada florzinha


ROBERTO DE OLIVEIRA
enviado especial a Holambra (SP)

Uma das maiores vitrines de flores da América Latina, a Expoflora 99 aposta em produtos diversificados, desde miniflor a violetas multicoloridas e bromélias desenvolvidas em laboratórios, com a expectativa de faturar US$ 3 milhões, US$ 1 milhão a mais que no ano passado.
Espera vender um volume recorde de 540 mil vasos de flores e plantas para um público estimado em 250 mil visitantes.
Os organizadores da exposição, que acontece em Holambra (SP), garantem que o objetivo principal não é a receita, mas sim divulgar e incrementar o comércio de flores durante todo o ano no país.
Programada para acontecer de 2 a 26 de setembro, a 18ª edição da exposição apresenta também bonsais e novas espécies de flor.
A bióloga Monique Segeren, 40, da Próclone, estará levando à Expoflora 5.000 minirrosas lily rose, obtidas por meio de clonagem e que medem de 3 cm a 10 cm. Cada florzinha custará de R$ 10 a R$ 12.
Precoce, a minirrosa demora cerca de seis semanas para gerar a primeira flor, que permanecerá aberta durante dez dias, em média. Vendida em tubos de ensaio, a planta pode sobreviver cerca de seis meses dentro deles. Ela se alimenta de nutrientes (vitaminas e hormônios de plantas), que formam uma espécie de gel, colocado no fundo do tubo de ensaio.
Segeren afirma que a minirrosa não pode ser exposta diretamente à luz. Não é preciso regar a planta.
O plástico superior de proteção do tubo de ensaio só deverá ser aberto quando o consumidor resolver plantar a minirrosa em um vaso doméstico, para depois ser transferida para um jardim.
A Próclone trabalha com 20 variedades de mudas clonadas e isentas de doenças, vendidas a produtores de flores. Com uma produção mensal de 120 mil mudas, em parceria com outros laboratórios, a Próclone funciona há dez anos em Holambra.
A cidade ostenta a flor como símbolo de desenvolvimento de sua população, formada majoritariamente por imigrantes holandeses e descendentes. A maioria dos moradores tem o cultivo de flores como fonte de renda.

Made in Holanda
Há sete anos no Brasil, o holandês Patrick de Block, 34, diretor da área de produção de vasos da Terra Viva, marca do grupo Schoenmaker, começou trabalhando com sete funcionários no setor.
Atualmente, conta com 110 pessoas. Acredita que a empresa deverá ampliar as vendas no segmento de vasos em 35% este ano, chegando a 2 milhões de unidades. A Terra Viva mantém 75 ha destinados à floricultura, 17 ha deles em estufas. Nelas, o sistema de iluminação, ventilação e refrigeração é todo controlado por computadores.
A Terra Viva trabalha com dez tipos de planta e de flor, entre violetas, lírios e tulipas. Exporta 200 milhões de mudas e bulbos por ano para países da União Européia, além de EUA e Japão.
Como a maioria dos produtores de Holambra, não toca no assunto de faturamento.
Para a Expoflora serão destinados 25 mil vasos, a maior parte de violeta quimera, pertencente a uma nova geração de flor, desenvolvida em laboratório. Os preços dos vasos variam de R$ 1,50 (quimera) a R$ 1.000 (bonsai).
São oito variedades de quimera com combinações de cores diferenciadas, como roxo, rosa e vermelho misturados com branco. Elas são produzidas em 10 mil m2.
A Ecoflora produz bromélias, planta originária das Américas, em 10 ha, sendo 6 ha em estufas, que utilizam sistema de fertiirrigação (gotejamento com fertilizantes). Pouco exigente, a bromélia floresce de dois a quatro meses, dependendo da variedade, em locais com pouca ou com muita luminosidade, desde que seja evitado o contato direto com o sol.
Na Expoflora, a Ecoflora espera vender 10 mil bromélias de 15 variedades, sendo a maioria produzida em laboratórios, a preços que variam de R$ 2,80 a R$ 25.


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