|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em enquete, Renan tem 37 votos contra 29 de Agripino
Folha ouviu 72 dos 81 senadores sobre eleição para a presidência da Casa
O atual presidente do Senado e o pefelista contam com traições; Agripino deve receber votos do PMDB e Renan, do bloco PSDB-PFL
FELIPE SELIGMAN
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Renan Calheiros
(PMDB -AL) pode até confirmar o favoritismo e vencer as
eleições de hoje para a presidência do Senado, mas a diferença de votos que o separa de
José Agripino Maia (PFL-RN)
pode ser bem menor do que se
projetava ao início da disputa.
É o que mostra enquete realizada pela Folha com 72 senadores (88,8% dos 81), entre ontem e anteontem.
Se os eleitores ratificarem na
urna o que disseram nas entrevistas, só 8 votos separam os
dois candidatos. Enquanto 37
(51,3% dos que responderam)
senadores revelam votar em
Renan, 29 (40,2%) dizem preferir Agripino. Seis (8,3%) não
quiseram responder e nove não
foram encontrados.
"Não entrei na disputa apenas para marcar posição", disse
Agripino. Renan preferiu não
se pronunciar. Comenta-se que
o atual presidente espera receber entre 50 e 60 votos, mas
gostaria de ganhar mais de 60.
Ambos contam com traições.
O pefelista, por exemplo, deve
receber pelo menos dois votos
do PMDB -Garibaldi Alves Filho (RN) e Jarbas Vasconcelos
(PE). Ele também espera apoio
de parlamentares petistas.
De fato, um senador do PT,
ao responder à enquete, previu
alguns votos do partido no candidato oposicionista.
Por outro lado, Renan espera
seis votos de PSDB e PFL juntos. Dos 17 senadores pefelistas, apenas um não respondeu
a enquete. Todos os outros afirmam votar em Agripino.
Novo mandato
A enquete também abordou
temas relevantes na pauta do
mandato que começa hoje. A
maioria dos senadores ouvidos
(50, ou 70,8%) se diz contra a
equiparação salarial com o teto
do Poder Judiciário- medida
que representaria um aumento
de 91% no salário dos parlamentares. Quase metade dos
que participaram da enquete
(34, ou 47,2%) afirma preferir o
voto secreto como meio de
manter a independência parlamentar. Estes defendem o sigilo do voto para vetar decisões
presidenciais, para eleições da
Mesa Diretora e para escolha
de embaixadores e representantes de agências reguladoras.
Parte representativa, 27 senadores (38%), entretanto, diz
preferir o voto aberto para todas as matérias, e apenas sete
(9,76%) são a favor do voto secreto sempre.
Sobre o fim da reeleição para
cargos executivos, tema sobre o
qual tramita uma PEC no Senado, a maioria é a favor: 57 (79%)
disseram ser contra a reeleição
e 13 (18%), a favor.
A discussão sobre a prorrogação de regulamentos fiscais, como a CPMF e a DRU (Desvinculação das Receitas da União),
pode trazer problemas ao governo: 33 senadores (45%) são
contra as medidas para implementação do PAC (Plano de
Aceleração do Crescimento);
23 (31,9%) são a favor da manutenção, e 16 (22,2%) preferem
avaliar o tema antes de emitir
qualquer opinião.
Sobre a atual reivindicação
dos governadores para a criação de uma desvinculação de
receitas para os Estados, 29
(40,2%) disseram ser contra; 19
(26,3%) são a favor e 24 (33,3%)
não responderam.
Texto Anterior: Disputa no Senado promete ser acirrada Próximo Texto: Agenda econômica de 1990 continua, diz Collor Índice
|