São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2007

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Em enquete, Renan tem 37 votos contra 29 de Agripino

Folha ouviu 72 dos 81 senadores sobre eleição para a presidência da Casa

O atual presidente do Senado e o pefelista contam com traições; Agripino deve receber votos do PMDB e Renan, do bloco PSDB-PFL


FELIPE SELIGMAN
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Renan Calheiros (PMDB -AL) pode até confirmar o favoritismo e vencer as eleições de hoje para a presidência do Senado, mas a diferença de votos que o separa de José Agripino Maia (PFL-RN) pode ser bem menor do que se projetava ao início da disputa.
É o que mostra enquete realizada pela Folha com 72 senadores (88,8% dos 81), entre ontem e anteontem.
Se os eleitores ratificarem na urna o que disseram nas entrevistas, só 8 votos separam os dois candidatos. Enquanto 37 (51,3% dos que responderam) senadores revelam votar em Renan, 29 (40,2%) dizem preferir Agripino. Seis (8,3%) não quiseram responder e nove não foram encontrados.
"Não entrei na disputa apenas para marcar posição", disse Agripino. Renan preferiu não se pronunciar. Comenta-se que o atual presidente espera receber entre 50 e 60 votos, mas gostaria de ganhar mais de 60.
Ambos contam com traições. O pefelista, por exemplo, deve receber pelo menos dois votos do PMDB -Garibaldi Alves Filho (RN) e Jarbas Vasconcelos (PE). Ele também espera apoio de parlamentares petistas.
De fato, um senador do PT, ao responder à enquete, previu alguns votos do partido no candidato oposicionista.
Por outro lado, Renan espera seis votos de PSDB e PFL juntos. Dos 17 senadores pefelistas, apenas um não respondeu a enquete. Todos os outros afirmam votar em Agripino.

Novo mandato
A enquete também abordou temas relevantes na pauta do mandato que começa hoje. A maioria dos senadores ouvidos (50, ou 70,8%) se diz contra a equiparação salarial com o teto do Poder Judiciário- medida que representaria um aumento de 91% no salário dos parlamentares. Quase metade dos que participaram da enquete (34, ou 47,2%) afirma preferir o voto secreto como meio de manter a independência parlamentar. Estes defendem o sigilo do voto para vetar decisões presidenciais, para eleições da Mesa Diretora e para escolha de embaixadores e representantes de agências reguladoras.
Parte representativa, 27 senadores (38%), entretanto, diz preferir o voto aberto para todas as matérias, e apenas sete (9,76%) são a favor do voto secreto sempre.
Sobre o fim da reeleição para cargos executivos, tema sobre o qual tramita uma PEC no Senado, a maioria é a favor: 57 (79%) disseram ser contra a reeleição e 13 (18%), a favor.
A discussão sobre a prorrogação de regulamentos fiscais, como a CPMF e a DRU (Desvinculação das Receitas da União), pode trazer problemas ao governo: 33 senadores (45%) são contra as medidas para implementação do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento); 23 (31,9%) são a favor da manutenção, e 16 (22,2%) preferem avaliar o tema antes de emitir qualquer opinião.
Sobre a atual reivindicação dos governadores para a criação de uma desvinculação de receitas para os Estados, 29 (40,2%) disseram ser contra; 19 (26,3%) são a favor e 24 (33,3%) não responderam.


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