São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2007

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Valério depõe na PF sobre Azeredo

Empresário é acusado de participar de caixa dois na campanha do tucano para o governo de Minas

Valério afirma, por meio de seu advogado, não ter mais dados sobre o caso; Azeredo diz que não se pronunciará sobre investigação da PF


ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza se negou ontem a colaborar com a investigação da Polícia Federal sobre o caixa dois utilizado na fracassada campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) para se reeleger governador de Minas Gerais em 1998.
Segundo a PF, na semana passada, por meio de seus advogados, Marcos Valério aceitou o pedido dos investigadores de esclarecer pontos obscuros na investigação, na qual o empresário é apontado como o gestor de um esquema de desvio de dinheiro público destinado a campanhas políticas.
Ele esteve ontem na sede da PF, em Brasília, durante cerca de três horas. Diante do presidente do inquérito, delegado Luiz Flávio Zampronha, Valério nada acrescentou à investigação, segundo a PF.
O advogado do empresário, Marcelo Leonardo, disse que seu cliente sempre esteve e continua disposto a colaborar. "Na nossa visão, ele está colaborando o tempo todo. Mas pode ser que houvesse uma expectativa do delegado de que ele soubesse coisas que não sabia", afirmou Leonardo.
A investigação conduzida pelo delegado Zampronha deverá apontar contra Valério e Azeredo a existência de fortes indícios de que houve no episódio prática de crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva, peculato e, possivelmente, lavagem de dinheiro.
A PF não deve indiciar os investigados, porque o inquérito do caso tramita sob a tutela do STF (Supremo Tribunal Federal) devido à condição de parlamentar de Azeredo.
Caberá, então, ao STF decidir se irá indiciar ou não os investigados e, depois, encaminhar o inquérito para análise do procurador-geral da República.
O delegado Zampronha disse que pretende concluir seu relatório sobre o caso até o final desta semana.
Por meio de sua assessoria em Brasília, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou que, como não conhece o teor da denúncia, não vai se pronunciar sobre a investigação.


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