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Painel S/A
Solto às feras
ACM tem dado força aos tucanos que querem tirar Clóvis Carvalho da Casa Civil. O pefelista
questiona a competência de Carvalho para gerenciar a crise. Ele
já está admitindo o nome de outro tucano para o segundo cargo
mais importante do governo.
Tiro no pé
O novo Conselho de Assessores Econômicos da Presidência
foi recebido com desdém no
mercado financeiro. "Vai ser um
lugar onde todo mundo dá palpite e ninguém tem responsabilidades", diz um analista.
Prato que se come frio
Sarney está evitando falar sobre a crise. Para não dizerem que
está tirando proveito da situação. Mas não esquece que, quando era presidente, o senador
FHC dizia que "a crise viajou"
sempre que Sarney saía do país.
Razão e sensibilidade
Enquanto a crise econômica
come solta no Brasil, Vilmar Faria, assessor especial da Presidência para questões voltadas à
área social, dá um curso de três
semanas na Califórnia (EUA).
De última hora
Ao contrário do previsto, deve
haver disputa pela liderança do
PMDB no Senado. José Fogaça
(RS) disse ao candidato à reeleição Jader Barbalho (PA) que
concorrerá contra ele.
Abacaxi policial
Em gabinetes bem informados
do governo paulista diz-se que o
deputado federal Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB) foi convidado a
ser secretário da Segurança Pública, mas recusou diante da espinhosa tarefa. A solução foi Petrelluzzi, que seria o adjunto.
Criador e criatura
Já foram melhores as relações
entre o governador Jaime Lerner
(PR) e o ministro Rafael Greca
(Esportes). Afilhado político do
ex-pedetista, Greca é tido como
muito "independente" por seus
aliados desde que tomou posse.
Mudança de endereço
O gabinete do senador eleito
Luiz Estevão (PMDB-DF) abrigará alguns dos auxiliares que
trabalharam com Eduardo Jorge
Caldas Pereira na época em que
ele era o poderoso secretário-geral da Presidência da República.
Última cartada
A estratégia da Aeronáutica
para manter o controle da aviação civil é tentar que o projeto
que cria o Ministério da Defesa
seja votado direto no plenário da
Câmara, sem passar pelas comissões temáticas, onde a situação
lhe é francamente desfavorável.
Malan e Parente
Trocadilho de um líder governista, quando o dólar bateu em
R$ 2,15 na última sexta: "Não vai
sobrar Pedro sobre Pedro".
Ladeira abaixo
Com a População Economicamente Ativa crescendo cerca de
2,5% ao ano e aumentos anuais
de produtividade de 4%, o PIB
precisa crescer ao menos 6,5%
para não aumentar o desemprego. Este ano o PIB vai cair.
Período crítico
O Conselho Estadual de Defesa
da Mulher pedirá ao futuro secretário Marco Vinicio Petrelluzzi (Segurança) a ampliação
das delegacias da mulher com
plantões de fim-de-semana. Nas
duas em que há o serviço, o movimento supera o dos dias úteis.
Fazendo escola
De José Priante (PMDB-PA),
sobre os governadores Dante de
Oliveira (MT) e Marconi Perillo
(GO) irem ao STF garantir verbas do Orçamento: "O PSDB está
mostrando à oposição como tratar o governo: na Justiça".
Inchaço
Presidente do PPS paulista,
João Hermann quer multiplicar
a bancada do partido na Assembléia. O PPS elegeu três deputados, mas conta com a adesão de
três do PMDB e dois do PDT.
Luzes da ribalta
A 3ª secretaria da Câmara caminha para Telma de Souza (PT-SP). É um holofote para a deputada, pré-candidata à Prefeitura
de Santos. Mas Jacques Wagner
(PT-BA) ainda está no páreo.
Estoque preventivo
O Ministério da Justiça já garantiu o suprimento de cafezinho para o ano. Está comprando
6.000 kg de café e 10 mil kg de
açúcar. Preço: R$ 30.120,00.
TIROTEIO
De Sérgio Carneiro (PDT-BA),
sobre Tarso Genro (PT) ter proposto a renúncia de FHC:
- É uma proposta muito generosa para quem votou em
FHC, em branco, se absteve ou
anulou. Talvez se sentissem menos culpados.
CONTRAPONTO
Direto ao ponto
Tão logo tomou posse no governo de Pernambuco, em 1987,
Miguel Arraes (PSB) decidiu fazer reuniões no interior com os
partidos da frente que apoiara
sua eleição. Um desses encontros foi realizado em Custódia,
no sertão pernambucano.
Discutiam-se problemas administrativos, quando um médico
da cidade de Calumbi, Cícero Simões, pediu a palavra e propôs
que a assembléia aprovasse uma
moção pela liberdade do líder
sul-africano Nelson Mandela.
Outro pediu para falar. Eduardo Campos, neto de Arraes que
presidia a mesa, negou o pedido,
mas o homem, que estava vestido humildemente, insistiu:
- O Cícero falou porque é
doutor. Eu não posso porque sou
peão?
Campos não teve outra saída a
não ser passar a palavra ao cidadão, que falou:
- Companheiros, a gente agora é ou não é governo? Pra que
moção? Vamos sair daqui agora
mesmo e soltar o homem!
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