São Paulo, segunda, 1 de fevereiro de 1999

Próximo Texto | Índice

Painel S/A

Solto às feras

ACM tem dado força aos tucanos que querem tirar Clóvis Carvalho da Casa Civil. O pefelista questiona a competência de Carvalho para gerenciar a crise. Ele já está admitindo o nome de outro tucano para o segundo cargo mais importante do governo.


Tiro no pé

O novo Conselho de Assessores Econômicos da Presidência foi recebido com desdém no mercado financeiro. "Vai ser um lugar onde todo mundo dá palpite e ninguém tem responsabilidades", diz um analista.


Prato que se come frio

Sarney está evitando falar sobre a crise. Para não dizerem que está tirando proveito da situação. Mas não esquece que, quando era presidente, o senador FHC dizia que "a crise viajou" sempre que Sarney saía do país.


Razão e sensibilidade

Enquanto a crise econômica come solta no Brasil, Vilmar Faria, assessor especial da Presidência para questões voltadas à área social, dá um curso de três semanas na Califórnia (EUA).


De última hora

Ao contrário do previsto, deve haver disputa pela liderança do PMDB no Senado. José Fogaça (RS) disse ao candidato à reeleição Jader Barbalho (PA) que concorrerá contra ele.


Abacaxi policial

Em gabinetes bem informados do governo paulista diz-se que o deputado federal Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) foi convidado a ser secretário da Segurança Pública, mas recusou diante da espinhosa tarefa. A solução foi Petrelluzzi, que seria o adjunto.


Criador e criatura

Já foram melhores as relações entre o governador Jaime Lerner (PR) e o ministro Rafael Greca (Esportes). Afilhado político do ex-pedetista, Greca é tido como muito "independente" por seus aliados desde que tomou posse.


Mudança de endereço

O gabinete do senador eleito Luiz Estevão (PMDB-DF) abrigará alguns dos auxiliares que trabalharam com Eduardo Jorge Caldas Pereira na época em que ele era o poderoso secretário-geral da Presidência da República.


Última cartada

A estratégia da Aeronáutica para manter o controle da aviação civil é tentar que o projeto que cria o Ministério da Defesa seja votado direto no plenário da Câmara, sem passar pelas comissões temáticas, onde a situação lhe é francamente desfavorável.

Malan e Parente

Trocadilho de um líder governista, quando o dólar bateu em R$ 2,15 na última sexta: "Não vai sobrar Pedro sobre Pedro".


Ladeira abaixo

Com a População Economicamente Ativa crescendo cerca de 2,5% ao ano e aumentos anuais de produtividade de 4%, o PIB precisa crescer ao menos 6,5% para não aumentar o desemprego. Este ano o PIB vai cair.


Período crítico

O Conselho Estadual de Defesa da Mulher pedirá ao futuro secretário Marco Vinicio Petrelluzzi (Segurança) a ampliação das delegacias da mulher com plantões de fim-de-semana. Nas duas em que há o serviço, o movimento supera o dos dias úteis.


Fazendo escola

De José Priante (PMDB-PA), sobre os governadores Dante de Oliveira (MT) e Marconi Perillo (GO) irem ao STF garantir verbas do Orçamento: "O PSDB está mostrando à oposição como tratar o governo: na Justiça".


Inchaço

Presidente do PPS paulista, João Hermann quer multiplicar a bancada do partido na Assembléia. O PPS elegeu três deputados, mas conta com a adesão de três do PMDB e dois do PDT.


Luzes da ribalta

A 3ª secretaria da Câmara caminha para Telma de Souza (PT-SP). É um holofote para a deputada, pré-candidata à Prefeitura de Santos. Mas Jacques Wagner (PT-BA) ainda está no páreo.


Estoque preventivo

O Ministério da Justiça já garantiu o suprimento de cafezinho para o ano. Está comprando 6.000 kg de café e 10 mil kg de açúcar. Preço: R$ 30.120,00.

TIROTEIO
De Sérgio Carneiro (PDT-BA), sobre Tarso Genro (PT) ter proposto a renúncia de FHC:
- É uma proposta muito generosa para quem votou em FHC, em branco, se absteve ou anulou. Talvez se sentissem menos culpados.

CONTRAPONTO

Direto ao ponto

Tão logo tomou posse no governo de Pernambuco, em 1987, Miguel Arraes (PSB) decidiu fazer reuniões no interior com os partidos da frente que apoiara sua eleição. Um desses encontros foi realizado em Custódia, no sertão pernambucano.
Discutiam-se problemas administrativos, quando um médico da cidade de Calumbi, Cícero Simões, pediu a palavra e propôs que a assembléia aprovasse uma moção pela liberdade do líder sul-africano Nelson Mandela.
Outro pediu para falar. Eduardo Campos, neto de Arraes que presidia a mesa, negou o pedido, mas o homem, que estava vestido humildemente, insistiu:
- O Cícero falou porque é doutor. Eu não posso porque sou peão?
Campos não teve outra saída a não ser passar a palavra ao cidadão, que falou:
- Companheiros, a gente agora é ou não é governo? Pra que moção? Vamos sair daqui agora mesmo e soltar o homem!




Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.